São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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Dinheiro e sorte ajudam a encontrar o lugar ideal

DA REDAÇÃO; FREE-LANCE PARA A FOLHA

Morar no imóvel dos sonhos é, antes de tudo, uma questão de oportunidade e dinheiro.
Em primeiro lugar, porque é preciso contar com uma certa dose de sorte para encontrar o lugar certo. Em geral, vale a dica de um amigo ou de um corretor atento.
Alcançado o objetivo, chega a hora de colocar a mão no bolso -a maioria desses imóveis requer uma boa reforma para ser habitável novamente.
"Quem compra quer reformar para também dar uma identidade ao imóvel, deixá-lo parecido com quem vai morar ali", diz o corretor Carlos Eduardo Buzolin.
Esse é o caso da psicanalista Lucila Porto Pato, 51. Ela comprou um apartamento de cobertura na rua Oscar Freire, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), e derrubou todas as paredes que pôde até deixar o imóvel como queria.
"Sempre pedia para os corretores não me mostrarem apartamentos bonitinhos, montados, com piso assim ou assado. Eu sabia que iria mudar tudo", diz Lucila, que contou com a ajuda do arquiteto André Wainer na reforma.
Morando com o marido e uma filha, Lucila eliminou um dormitório, criou uma biblioteca/escritório e ganhou uma ampla sala. "É um prédio antigo, e o apartamento ficou exatamente como eu queria", diz.
Pioneirismo
"O desejo de ter um espaço que coubesse uma pessoa com seu pensamento" foi o que levou o presidente da Fundação Padre Anchieta, Jorge Cunha Lima, 64, a morar em um "loft" nos anos 70.
À época, ele alugou por cinco anos um terreno que tinha apenas uma edícula nos fundos, localizado na marginal Pinheiros, próximo ao Córrego da Traição (zona sul de São Paulo).
Investiu na reforma e na decoração, feita pelo arquiteto Eduardo Longo. A casa não possuía divisões. "Do mezanino, via-se a sala circular, que era separada da cozinha por um balcão."
Na decoração, ele usou dois quadros, um do Alfredo Volpi e outro do Bruno Giorgio, tapetes persa antigos e uma mesa.
"Minha casa tinha até uma fresta na parede, por onde a água da chuva escorria, fazendo um barulhinho que lembrava um córrego."
Segundo Cunha Lima, "o lugar era peculiar". No portão de entrada, havia dois tocheiros que sinalizavam a permissão de acesso à casa. "Quando estavam acesos, os amigos podiam entrar. Quando apagados, eu não estava em casa."
Apenas uma vista
Para o publicitário Marcelo Aragão, 34, a procura por um imóvel tinha uma razão simples. "Queria me livrar da vista que tenho hoje. Quando abro a janela, dou de cara com a janela do vizinho."
Ele comprou um apartamento de cobertura, com 260 m2, em Perdizes (zona oeste de São Paulo), que está em reforma. "Não vou fazer nada extravagante, até para não perder o valor de mercado, mas a vista é linda."

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