São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997 |
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Festa comemora dia esperando Bergman
AMIR LABAKI
Cannes faz hoje a festa de seu cinquentenário. A série de eventos inclui shows musicais ao ar livre e um espetáculo de fogos. O auge é a cerimônia no Palácio dos Festivais prevista para durar uma hora, a partir das 19h30 (14h30 no Brasil). O cineasta sueco Ingmar Bergman ("Morangos Silvestres"), o grande homenageado da noite, não deve mesmo aparecer para receber a Palma de Ouro das Palmas de Ouro, a ele atribuída por 18 vencedores do festival. O mais provável é que uma delegação de familiares e colaboradores seja chamada ao palco. Devem estar presentes as atrizes Liv Ullman e Bibi Andersson, o fotógrafo Sven Nykvyst e o cineasta Daniel Bergman, filho do diretor. Por que Bergman não vem? Uma entrevista que concedeu ao documentário ainda inédito "A Voz de Bergman" explica um pouco. "Pessoalmente não concordo com este tipo de evento", afirmou. "Festivais como fenômeno são uma boa idéia", matiza o diretor de "Persona". "É divertido, é uma chance de publicidade, é um circo, é um cruzamento entre idealismo e o mais rude materialismo. Gosto porque pertence ao mundo do cinema, é do caráter do próprio filme. Desde que eu não tenha que tomar parte neles." Se não em carne, ao menos em espírito Bergman já visita a Croisette. Foi exibida ontem, dentro do ciclo Um Certo Olhar, a versão fílmica da telessérie "Private Confessions" (Confissões Privadas), escrita por ele. É a continuação das memórias familiares de "As Melhores Intenções"(92), com Liv Ullman na direção, no lugar de Bille August. "Confissões Privadas" é desde logo um dos marcos deste 50º festival. O crítico Amir Labaki está em Cannes a convite da organização do festival Texto Anterior: Quatro livros contam 50 anos da festa Próximo Texto: Família Traverso lê Cannes em 500 fotos Índice |
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