São Paulo, domingo, 11 de maio de 1997
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"Mulher Invisível" aparece no GNT

CRISTIANA COUTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Estréia nesta terça, às 23h no canal de TV paga GNT (Net/Multicanal), "Mulher Invisível", um programa idealizado, produzido e dirigido por mulheres e que aborda o universo feminino.
A idéia é da atriz Carolina Ferraz, que também apresenta o programa. "Quero mostrar quem é a mulher depois da onda feminista, se ela é realmente feliz, e ouvi-la falar de sua própria condição", conta a atriz.
Em cinco episódios de 45 minutos cada (de terça a sábado), 60 mulheres, entre anônimas e famosas, vão falar de suas experiências inseridas em temas como liberdade, religião, maternidade, política e trabalho.
Nélida Piñon, escritora e presidente da Academia Brasileira de Letras, a atriz Tônia Carrero, a deputada Marta Suplicy e a jogadora de vôlei Isabel são algumas das entrevistadas.
Mas 90% dos testemunhos, segundo Carolina, ficam por conta de personagens anônimas, de todas as idades e profissões. Algumas delas são a delegada Luciana Temer, a médica-legista Conceição, a violeira Helena, de 72 anos, e a filósofa Suely.
"Queríamos imprimir as mulheres como elas realmente são, sem maquiagens de pensamento", diz a diretora Diléa Frate. A opção foi fazer de "Mulher Invisível" um documentário jornalístico de caráter intimista, com pouco texto de apresentação e muito espaço para as falas das entrevistadas.
É com verbetes de dicionário que Carolina Ferraz introduz cada tema. O caráter intimista das entrevistas é dado pelo cenário colorido, que lembra pinturas do impressionista Mondrian, concebido por Daniela Thomas e Mari Stockler.
"Mulher Invisível" apresenta também enquetes e reportagens curtas. No episódio de estréia, "As Pioneiras", o cantor Gilberto Gil, fala da admiração por sua mulher, Flora. Os depoimentos e as enquetes são apresentados em preto-e-branco.
"Alternamos o colorido glamouroso das mulheres no estúdio pela realidade mais dura das ruas", explica Diléa.
Carolina Ferraz adverte, porém, que "Mulher Invisível" não pretende levantar nenhuma bandeira. "Não é um programa feminista. É feminino."
Em "As Pioneiras", há uma cena em que Carolina, no carro, conta às câmeras que está indo para uma entrevista. "Mas antes, vou buscar um quadro que deixei para emoldurar e pegar minha filha no colégio". A cena vai ao ar em preto-e-branco.

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