São Paulo, terça-feira, 13 de maio de 1997 |
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Amazonino está em viagem pela Ucrânia
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS O governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PFL), estava ontem na Ucrânia, em trânsito entre duas cidades. Viajava acompanhado dos secretários Ronaldo Tiradentes (Comunicações), Samuel Hanan (Fazenda) e do deputado Átila Lins (PFL-AM).Amazonino só retornará ao Brasil no próximo dia 23. Seu coordenador de imprensa, Júlio César Guimarães, disse que não podia falar pelo governador. "Eu não estou sabendo de nada sobre esse assunto", afirmou. Como o governador estava em trânsito na tarde de ontem, somente à noite seu coordenador de imprensa iria tentar um contato telefônico com ele para obter alguma declaração sobre o caso da compra de deputados. Até o fechamento desta edição, ele não havia procurado o jornal. A Folha apurou que o governador foi um importante articulador do apoio das bancadas do Amazonas e do Acre à reeleição de Fernando Henrique Cardoso. Fez parte desse apoio a ida do próprio Amazonino para o PFL. Amazonino foi eleito pelo PPB, mas não mantinha bom relacionamento com Paulo Maluf. O governador também articula a transferência de outros políticos do PPB para o PFL. O prefeito de Manaus, Alfredo Nascimento, é um dos que devem se transferir para o PFL. O deputado Pauderney Avelino, que também trocou o PPB pelo PFL, disse que a informação sobre a compra de deputados pode "fazer parte de uma armação feita por pessoas interessadas em tumultuar a reeleição" de FHC. "Querem jogar lama no presidente e no Amazonino", afirmou. O governador interino do Amazonas, Lupércio Ramos, disse desconhecer "totalmente" o envolvimento de Amazonino na compra de deputados. "Confesso, pela pureza da minha alma, que jamais ouvi falar nisso", afirmou Ramos, que é presidente da Assembléia Legislativa do Amazonas. Ele ocupa interinamente o cargo porque o vice-governador Alfredo Nascimento é o atual prefeito de Manaus. Empreiteira O empresário Eládio Cameli não estava ontem em Manaus. Segundo os funcionários de sua empreiteira, a Marmud Cameli & Cia. Ltda., estava em Cruzeiro do Sul (AC), onde fica a sede da empresa. Eládio é irmão do governador Orleir Cameli. Entre 12h e 17h de ontem, a Folha fez nove telefonemas para o escritório de sua empresa e para sua casa. Na empresa, a secretária dizia que ele tinha saído para almoçar em casa. Na sua casa, uma empregada que atendia aos telefonemas dizia que ele estava dormindo. Às 14h no Acre (16h em São Paulo), disse que ele tinha acordado e que fora para a empresa. Na empreiteira, a informação é que ele estava em casa. A representação da Marmud em Manaus foi aberta em 1995. Na lista telefônica de Manaus, o nome da empresa aparece escrito de duas formas diferentes. Existe a Marmud Cameli e a Marmude Cameli. Embora com registros diferentes, as duas empresas ocupam o mesmo local. Marmud é o nome do pai de Eládio e Orleir Cameli. Texto Anterior: Cameli ameaça processar deputado Próximo Texto: De Londres a Marbella Índice |
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