São Paulo, quarta-feira, 14 de maio de 1997
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Oposição tenta CPIs no Acre e Amazonas

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A RIO BRANCO E MANAUS; DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

Partidos de oposição nas Assembléias do Acre e Amazonas se articulam para tentar instalar comissões de investigação para apurar o envolvimento dos governadores Orleir Cameli (sem partido-AC) e Amazonino Mendes (PFL-AM) na compra de votos de parlamentares. Mas os dois governadores têm a maioria nas respectivas Assembléias.
Cameli é acusado pelo deputado federal Ronivon Santiago (PFL), em conversa gravada, de comprar deputados para aprovar a emenda.
"A denúncia é grave e sua apuração deve ocorrer em duas mãos: no Congresso, que deve averiguar e punir os que se venderam, e na Assembléia, que deve apurar as ações executivas. Devemos descobrir se houve um comprador de votos", disse o deputado Edvaldo Magalhães (PC do B).
Para que a CPI seja imediatamente instalada são necessários 8 dos 24 votos Assembléia do Acre.
Segundo Magalhães, a oposição conta com três votos garantidos, mas pode conseguir mais cinco por causa da repercussão do caso.
"Pretendemos convencer os deputados para que subscrevam a CPI da Propina. Com muito otimismo, poderemos chegar a sete votos. Vamos garimpar o último, indo para cima dos descontentes."
Magalhães espera contar com 4 dos 5 votos do PMDB, 2 do PT e 1 do PC do B.
O deputado estadual João Correia (PMDB) prometeu votar a favor do pedido de instalação da CPI, mas defendeu Francisco Brígido, seu colega de partido na Câmara dos Deputados, contra as acusações de suborno.
"O PMDB coloca a mão no fogo por ele, que era contra a reeleição e mudou de opinião seguindo a orientação da executiva regional", declarou Correia.
Amazonas
Sete deputados da Assembléia Legislativa do Amazonas vão pedir ao Ministério Público federal a abertura de inquérito para apurar o envolvimento do governador Amazonino Mendes.
O deputado Eron Bezerra (PC do B) defende que a Assembléia também investigue o governador. Ele pretende reunir oito assinaturas para votar em plenário a formação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso.
Amazonino tem ampla maioria na Assembléia -dos 24 deputados, conta com o apoio de pelo menos 15. Não vingaram outras tentativas de instalação de CPIs para investigar suspeitas de irregularidades no atual governo do Amazonas.

Colaborou a Agência Folha, em Manaus

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