São Paulo, sexta-feira, 16 de maio de 1997 |
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Miguel Arraes critica obra sobre Prestes
VANDECK SANTIAGO
O filme foi mostrado em sessão privada para o governador Miguel Arraes (PSB) e convidados. Arraes gostou do documentário ("muito bem montado"), mas fez restrição à "falta de profundidade" na análise da carreira de Prestes -que ele considera "uma grande personalidade do século". "O filme mostra apenas traços da personalidade dele, em meio a grandes acontecimentos históricos", disse Arraes. Luciano Siqueira, dirigente estadual do PC do B, classificou o filme como "precário" e de "nuances anticomunistas". O vereador do PT Marcelo Santa Cruz disse que "a história de Prestes merecia um tratamento menos superficial". A exibição privada para Arraes foi iniciativa da segunda mulher de Prestes, Maria, que também assistiu à sessão em Olinda. "O Velho" ganhou o prêmio de melhor documentário nacional no É Tudo Verdade - 2º Festival Internacional de Documentários, realizado em abril. "Arraes e Prestes eram muitos amigos. No exílio, muitas vezes o Arraes saía da Argélia para se encontrar com Prestes em Moscou. Ele dizia que o Arraes era um homem de ação, decidido a resolver os problemas do povo", disse Maria Prestes. Arraes e Prestes se conheceram em 1958, durante as eleições para o governo do Estado, quando ambos apoiavam Cid Sampaio -que acabou sendo o vitorioso. No ano seguinte Arraes candidatou-se a prefeito de Recife e, em 1962, a governador. Ganhou as duas eleições, ambas com apoio de Prestes e do PCB. Segundo Arraes, Prestes (que foi secretário-geral do PCB até 1983) nunca exigiu cargos em troca do apoio. "Eu me lembro que, depois da eleição para governador, nós nos encontramos no Rio e ele me disse: A única coisa que que eu quero é que você faça algo pelo povo de Pernambuco", disse Arraes. Texto Anterior: Titãs produzem um acústico vigoroso Próximo Texto: Italianos do Rio ameaçam monopólio de SP Índice |
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