São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Entidades fazem ato público na Câmara

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A oposição realizou ontem um ato público, no auditório Nereu Ramos da Câmara, em apoio à criação da CPI da Reeleição. Na saída do ato, manifestantes com faixas e cartazes pediram a instalação da CPI no corredor de acesso ao plenário da Câmara.
Estavam no ato representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), do Instituto dos Advogados do Brasil, da Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura) e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra).
O padre Virgílio Leite Uchôa, apresentado como representante da CNBB, defendeu a criação de uma CPI para apurar a venda de votos em favor da reeleição. "Os caminhos são a CPI e a atuação do Ministério Público", disse.
A criação da CPI também foi o tema da maior parte dos discursos em plenário.
Segundo o deputado Vicente Cascione (PTB-SP), alguns deputados estão retirando seu apoio à CPI por serem "coagidos, intimidados e retaliados pelas lideranças dos partidos, pelo Palácio do Planalto e pelo ministro (Sérgio Motta)". Ele não deu os nomes dos deputados aos quais se referia.
Ética
As entidades presentes à manifestação decidiram retomar o Movimento pela Ética na Política, que ganhou projeção nacional ao defender o impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.
A estratégia será a mesma utilizada naquela época: tentar mobilizar entidades da sociedade civil para que elas promovam manifestações e atos políticos em favor da criação da CPI da Reeleição.
O movimento iniciou ontem mesmo um corpo-a-corpo junto aos senadores exigindo o adiamento da emenda da reeleição no Senado, marcada para hoje.
As entidades que fazem parte do movimento também irão pressionar o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, a determinar a abertura de inquérito para investigar o episódio da venda de votos.

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