São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Requião vê crime em liberação de R$ 14 mi

Fundo era gerido pelo Vetor

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O relator da CPI dos Precatórios, senador Roberto Requião (PMDB-PR), comunicou ontem ao Ministério Público, durante sessão da comissão, suposto crime de prevaricação cometido por dois funcionários do Banco Central e pelo interventor no Banco Vetor.
Para Requião, eles teriam cometido crime ao liberar R$ 14 milhões de um fundo estrangeiro administrado pelo Vetor, instituição liquidada pelo BC por participação no esquema dos precatórios.
Prevaricação é um crime previsto no Código Penal e ocorre quando funcionário público pratica ato contra a lei para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Ontem, o relator da CPI não ficou convencido com explicações prestadas pelo interventor do BC no Vetor, Celso Macedo Possas, que afirmou ter consultado superiores antes de liberar o dinheiro.
Desvio
A CPI tem indícios de que esses R$ 14 milhões são parte do dinheiro desviado pelo esquema dos precatórios, que voltou ao Brasil para ser aplicado em ações.
O fundo era registrado em nome da empresa Kingman, sediada nas Bahamas, um paraíso fiscal.
Requião também apontou ao Ministério Público suposta prevaricação de dois funcionários da Divisão de Fiscalização da Delegacia Regional do BC no Rio de Janeiro: Sidney Ramos Ferreira e José Musiello Júnior.
"Eu me baseei em normas legais e procedimentos que já existem. Fiz uma análise de toda a documentação e em nenhum momento tive suspeitas", disse o interventor, argumentando que a retenção do dinheiro poderia provocar uma ação judicial no exterior.
São Paulo
A CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado aprovou proposta que permite ao prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), adiar para o último ano de seu mandato o resgate de títulos públicos emitidos de forma supostamente irregular.

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