São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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CDHU não consegue levar nova proposta

LUCIANA SCHNEIDER
DA REPORTAGEM LOCAL

O representante do CDHU (Companhia de Desenvolvimento da Habitação Urbana), Edson Marques, esteve ontem no conjunto habitacional na antiga Fazenda da Juta (zona leste de SP) às 6h30, para levar uma nova proposta ao Movimento dos Sem-Terra pela moradia do ABC.
Segundo Marques, o presidente da ADDC (Associação de Defesa dos Direitos da Cidadania) teria dito que poderia ceder 20 unidades do mutirão da associação.
Os sem-teto reivindicavam anteontem pelo menos 150 unidades de algum mutirão para as famílias "mais emergenciais".
No entanto, Marques disse que não teve coragem de ir ao local onde estavam os sem-teto.
"Se eu caísse lá, estaria confinado. Foi tudo muito de repente. Era um tiroteio só. Não sei da onde vinham os tiros. Eu só sei que eram muitos. Eu fiquei o tempo todo ilhado no escritório", afirmou.
Em relação à proposta da Cohab (cooperativa habitacional), de fazer um convênio com o Estado cedendo um terreno para os sem-teto morarem, Marques diz que houve acordo.
"Nós perdemos o controle. Estamos tentando obter informações por helicópteros que ficam sobrevoando as áreas. Se a Justiça determinar reintegração de posse a eles, vamos agir da mesma maneira."
Construtoras
Os representantes das duas construtoras responsáveis pelas obras na Fazenda da Juta, Múltipla Engenharia e Construtora Cappellano Ltda, dizem estar "perplexos", segundo o advogado das empresas Pedro Paulo Porto Filho.
O advogado diz que entrou com a liminar na Justiça porque cumpre ordens do CDHU.
"Lamentamos muito. Isso é um desgaste para todos, inclusive para as construtoras."

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