São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997
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Ministério vai comprar 3,4 mi de livros

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Ministério da Educação começa na próxima semana a negociar com gráficas e editoras a compra de 3,4 milhões de obras de referência (dicionários, atlas e enciclopédias) e de literatura brasileira que serão distribuídas a todas as escolas públicas com mais de 250 alunos a partir de outubro.
É a maior compra de livros de literatura já efetuada pelo MEC. O valor da verba destinada a esse fim está sendo mantida em segredo para não atrapalhar negociações com as editoras. Ao todo, serão distribuídos 20 mil kits.
Cada escola receberá um kit com 115 obras de literatura brasileira, sociologia, história e antropologia. Os municípios que não têm escolas com o número mínimo de alunos receberão pelo menos um kit que ficará guardado na maior escola.
O kit terá ainda um globo terrestre, dicionários, mapas, uma enciclopédia completa, três tipos de atlas (geográfico, de fauna e de flora brasileira), um exemplar da Constituição Federal, um da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, um da Declaração dos Direitos Universais da Pessoa Humana e outro da Declaração Internacional dos Direitos da Criança.
A lista com as 130 obras que fazem parte do kit foi publicada ontem no "Diário Oficial". Há livros de Machado de Assis, Jorge Amado, Clarice Lispector, Lima Barreto e José de Alencar.
A principal meta da compra é dar ao professor a chance de usar materiais diferentes dos livros didáticos como apoio pedagógico.
Para selecionar as obras, o presidente Fernando Henrique Cardoso nomeou uma comissão de notáveis formada por seis intelectuais: a escritora Lygia Fagundes Telles, o sociólogo Hélio Jaguaribe, o filósofo Sérgio Paulo Rouanet e os professores Alfredo Bosi, Cândido Mendes e Eduardo Portella.
Os livros que foram citados por três membros da comissão eram automaticamente selecionados. Os outros foram escolhidos por técnicos do MEC.
Nem todas as obras que integram o kit serão compradas. Tudo depende da negociação que será feita entre o MEC e as editoras.
"Temos uma verba determinada para comprar esses livros. Se ficar muito caro, teremos de cortar algumas obras", afirma José Antônio Carletti, presidente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação).
Segundo Carletti, 60% das obras são de direito público (podem ser reproduzidas por qualquer editora), o que vai facilitar a negociação. O objetivo do MEC é comprar cada volume por R$ 0,50.
"Vamos comprar 20 mil volumes de cada livro. Normalmente, uma edição tem no máximo 5.000 volumes. Será vantajoso para as editoras e, por isso, elas poderão oferecer preços bem abaixo dos de mercado", diz Carletti.

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