São Paulo, quarta-feira, 21 de maio de 1997 |
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Presos soltam 1ª refém no Espírito Santo
PAULO JORDÃO
A libertação da refém foi um sinal de que poderia acabar a rebelião, liderada pelo assaltante de banco Lutemberg Jesus de Oliveira, o Bequinha, 21. Neuza deixo o local às 17h30, em uma ambulância do Estado. Pouco depois, representantes da comissão de negociação pediram que os parentes do diretor do presídio, José Luiz de Oliveira Dantas, 28, e do diretor-adjunto, Valdomiro Pereira Filho, -ambos reféns dos rebelados- entrassem no presídio. A comissão é coordenada pelo presidente do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária do Ministério da Justiça, Paulo Tonet Camargo. Anúncio do fim Por volta das 18h, João Batista Canholato, assessor do governador Vitor Buaiz (PT), anunciou o fim da rebelião. Nesse momento, também foi divulgado que os rebelados estavam dispostos a se render. Os outros cinco reféns ainda não haviam saído do presídio até as 20h50 de ontem. Os presos desistiram da fuga e negociavam no final da noite, com representantes do Ministério da Justiça, uma pauta de reivindicações para a melhoria do sistema penitenciário capixaba. Ameaças A Polícia Militar havia mandado, desde cedo, que o Batalhão de Choque e a Polícia Montada fechassem os acessos ao presídio e afastassem jornalistas da área. O especialista federal em rebeliões Paulo Camargo havia chegado a Vila Velha na véspera, a pedido de Buaiz, trazendo atiradores de elite e armas com mira telescópica. Camargo atuou no episódio em que Leonardo Pareja manteve vários reféns durante motim em presídio em Goiás. Durante a manhã de ontem, um helicóptero a serviço da polícia sobrevoou duas vezes a Casa de Detenção. Enquanto isso, policiais de elite ensaiavam uma invasão ao presídio. Pelo buraco O clima ficou tenso por volta das 15h, quando os rebelados ameaçaram jogar do quinto andar o diretor do presídio. Eles chegaram a colocar uma parte do corpo do diretor para fora de um dos buracos abertos no quinto andar. À tarde, a Polícia Montada afastou novamente da área os jornalistas e os parentes dos reféns por ordem do secretário de Justiça e Cidadania do Estado, Perly Cipriano. Os policiais chegaram a usar violência contra as pessoas que se aglomeravam nas proximidades do presídio. Até a noite de ontem, continuavam reféns dos rebelados o diretor do presídio, o diretor-adjunto, o chefe da segurança, Gilmar José Maria, o agente penitenciário Fabio Renato Bissoli e a auxiliar administrativa Lucia Sartorio. Texto Anterior: Aposentado passa a pagar meia entrada Próximo Texto: Tratamento em cadeias contraria norma mundial, diz consultor Índice |
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