São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997 |
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Parentes fazem críticas ao governador
CRISPIM ALVES
"Queremos justiça. O que a gente não pode é ver uma entrevista como a que o Mário Covas deu ontem (anteontem). Lá não tinha metralhadora. Eles (os PMs) sabem disso. O senhor Mário Covas deveria ter ouvido os dois lados. Não só a PM", disse Luiz Antônio Amendola, cunhado de Crispim. Amendola não se conformava com o fato de seu cunhado, que possuía casa própria e havia ido ao conjunto residencial invadido apenas para ajudá-lo na mudança, ter sido morto "covardemente e à queima roupa" por um policial militar. O velório de Crispim José da Silva, realizado no cemitério de Vila Alpina (zona leste de São Paulo), foi marcado por muita emoção. Algumas pessoas desmaiaram. Cerca de 50 pessoas acompanharam o enterro, que aconteceu por volta das 17h. Seis dos dez irmão de Crispim estiveram presentes. O padre Vidal Enrique, coordenador da pastoral da moradia, celebrou uma rápida missa e fez críticas a ação da Polícia Militar. Um pastor evangélico também fez um pequeno discurso. Desespero O velório de Jurandir da Silva, no cemitério da Vila Formosa (também na zona leste de São Paulo), reuniu 15 pessoas. O enterro aconteceu por volta das 16h. Uma mulher que preferiu não se identificar afirmou à Folha que está, agora, procurando uma pessoa que presenciou a morte de Jurandir. Segundo ela, a testemunha declarou anteontem, logo após o conflito, que é capaz de reconhecer o policial que teria atirado contra o sem-teto. A mulher declarou que o rapaz desapareceu hoje pela manhã, pouco tempo depois da remoção das famílias que invadiram o conjunto habitacional. Texto Anterior: Balística vai identificar quem deu tiros Próximo Texto: Covas não vê razão para punir policiais Índice |
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