São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997 |
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Cresce consumo de antibiótico no país
AURELIANO BIANCARELLI
Um único hospital de Belo Horizonte economizou R$ 500 mil em 11 meses apenas em antibióticos depois de adotar um programa de controle. Os dados são resultados de uma pesquisa feita com 13 hospitais de todo o país que montaram equipes de controle e que nos últimos quatro anos vêm reunindo informações sobre infecções. Outra conclusão importante: esses hospitais monitorados apresentaram um nível de infecção hospitalar semelhante ao registrado nos EUA seguindo os mesmos parâmetros do CDC, o Centro de Controle de Doenças de Atlanta. A pesquisa foi apresentada ontem pelo médico epidemiologista hospitalar Carlos Starling no Congresso Brasileiro e Pan-Americano de Infectologia, em Salvador. Starling coordena um programa de controle de infecção em um grupo de hospitais de Belo Horizonte e é membro do comitê educacional da Sociedade Americana de Controle de Infecções. Por iniciativa do grupo de Starling, 50 outros hospitais devem passar a enviar dados sobre infecção hospitalar ainda este ano. Os hospitais que não fazem controle da infecção hospitalar acabam tendo custos bem maiores. Entre as cerca de 15 milhões de internações/ano no país, calcula-se que entre 750 mil a 1,5 milhão sejam afetadas por algum tipo de infecção hospitalar. Segundo Starling, do total de pacientes vitimizados pela infecção, cerca de 10% -entre 75 mil a 150 mil- acabam morrendo por causas diretas ou indiretas da infecção hospitalar. Carlos Starling afirma que o grande número de infecções hospitalares se deve a grandes investimentos em tecnologia e nenhum em controle. "Conseguimos salvar bebês que antes não sobreviviam, mas damos antibióticos sem nenhum controle, permitindo que se criem superbactérias." Segundo a Associação Brasileira de Controle da Infecção Hospitalar, entre 30% a 70% dos casos de infecção nos hospitais poderiam ser evitados com a criação de uma equipe treinada. Esta equipe deve ser formada por uma enfermeira em tempo integral com assistência de um médico. A equipe, além de reduzir os casos de infecção, poderia detectar os focos de infecção ainda no início. Texto Anterior: Casa em Paris recebe verba Próximo Texto: Infarto e colesterol diminuem com droga Índice |
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