São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Torcer para o 2º

CARLOS SARLI

Gordo, bêbado, ansioso, depressivo. Esses são alguns dos adjetivos que acompanharam o talentoso surfista australiano Mark Occhilupo durante os anos que se seguiram ao seu afastamento do circuito mundial, após a temporada de 87.
Rookie -o surfista que sobe posições- em 84, era um dos poucos surfistas credenciados a brigar pelo título mundial nos anos seguintes, dominados por Tom Curren e Tom Carrol. No entanto, antes da expectativa geral se confirmar, Occy trocou o yoga, os sucos de fruta e uma casa com vista para Sunset, no Havaí, por uma vida agitada nas noites australianas. Passou a beber, fumar, usar drogas. E o surfe se tornou esporádico.
Dez anos depois ele está de volta. Aos 30 anos, passou os últimos dois se dedicando para que a volta fosse mesmo por cima. Em 95, malhou forte para perder peso, e no ano passado disputando apenas 17 das 54 etapas do WQS (divisão de acesso), conquistou o direito de voltar à elite, WCT.
Novamente as expectativas recaem sobre o seu "power surfing". Na falta de alguém realmente competente para tirar, ou ao menos ameaçar a coroa de Kelly Slater, a volta de Occy é o que todos esperavam: mídia, organizadores, patrocinadores, público.
E ele está correspondendo plenamente. Após 4 das 12 etapas previstas para este ano (na semana passada o Reunion Pro foi cancelado), Occy é o segundo no ranking. Fez a final em Ikumi Beach, Japão, perdendo nos minutos finais para a experiência de Slater.
Quanto a ameaçar a situação do campeão, isto ainda é um sonho distante. Slater venceu três dos quatro campeonatos disputados em 97, e segue determinado para o inédito pentacampeonato.
Já os brasileiros não vão nada bem. Depois dos bons resultados de Peterson Rosa e Neco Padaratz, nenhum voltou a ter uma colocação expressiva.

Texto Anterior: Do mais querido até a Maria Callas
Próximo Texto: Wakeboard; Caiaque; Paulista de surfe
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.