São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 1997
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Projeto pode reduzir infecção a 4%

AURELIANO BIANCARELLI
DO ENVIADO ESPECIAL

Um programa em implantação na região sul de São Paulo pode derrubar o índice de crianças que nascem com HIV de 25% para cerca de 4%. Ou seja, de cada cem mães positivas que dão à luz, apenas quatro passariam o vírus para o bebê. É um aceno para o fim da herança trágica que carregam os filhos da Aids.
O programa está sendo implantado pela Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e começa este mês em três postos. "Em alguns meses, o programa estará implantado nos 51 postos da região e poderá ser modelo para todo o país", diz Adauto Castelo, professor de doenças infecciosas da Unifesp.
A idéia consiste em oferecer atendimento integrado a todas as gestantes atendidas nesses centros. Numa única visita, ela passará pelo obstetra, pelo infectologista e pela enfermagem. Todas serão convidadas a fazer teste de HIV e as positivas receberão atendimento personalizado.
Detectando a gravidez no início, as mulheres poderão receber o AZT já na 20ª semana, como recomendou um estudo feito em 1994. Tomando a droga no início da gravidez, recebendo AZT injetável durante o parto e tratando o bebê com o mesmo remédio, o índice de infecção caiu para 8%.
Segundo Castelo, só a atenção precoce e o uso do AZT deverão derrubar essa taxa para 4%, como já vem ocorrendo com o emprego do 3TC e da nevirapina em algumas pesquisas fora do Brasil.
(AB)

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