São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Israel sofre pressão por colônia

Egito defende suspensão

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As negociações de paz no Oriente Médio só serão retomadas se Israel paralisar a construção de nova colônia em território reivindicado pelos palestinos, disse o chanceler egípcio, Amr Moussa.
"Haveria um acordo se houvesse o congelamento dos assentamentos", afirmou Moussa.
As declarações foram vistas como um esboço das propostas que serão apresentadas pelo presidente egípcio, Hosni Mubarak, ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu. Os dois devem se reunir na próxima terça-feira no balneário egípcio de Charm el Cheikh, no mar Vermelho, para discutir a retomada do processo de paz no Oriente Médio.
Ontem, Osama el Baz, assessor de Mubarak, voou até Israel para acertar detalhes sobre a cúpula entre os líderes israelense e egípcio.
As negociações de paz entre Israel e palestinos estão suspensas há dois meses, quando um assentamento israelense começou a ser construído nas colinas de Har Homa, em Jerusalém oriental, onde os palestinos pretendem fundar a capital de um eventual Estado seu.
O Egito é considerado um dos Estados árabes mais próximos dos israelenses.
Sob o presidente Anuar Sadat, o Egito foi o primeiro país árabe a selar um acordo de paz com o Estado israelense, em 1979.
O presidente Mubarak e o premiê israelense já se reuniram por três vezes desde que Netanyahu foi eleito, na metade de 1996.
O líder palestino Iasser Arafat, que não foi convidado para a reunião de terça-feira, se disse confiante nos resultados da cúpula Israel-Egito.
Israel, porém, parece irredutível quanto à construção do assentamento em Har Homa (local que os árabes chamam de Jabal Abu Ghneim).
O ministro das Relações Exteriores do país, David Levy, disse que as obras em Jerusalém oriental não violam os tratados de paz assinados com os palestinos. Segundo Levy, as negociações devem ser retomadas sem que os trabalhos sejam paralisados.
Acordo com a Jordânia
O governo de Netanyahu, sustentado por uma coalizão religiosa ortodoxa (de direita) e frequentemente acusado de dificultar as relações com o países árabes por adotar posições radicais, chegou ontem a um acordo com a vizinha Jordânia. O ministro da Infra-estrutura, Ariel Sharon, disse que um acordo acabou com a crise de duas semanas sobre o uso das águas da região.
Pelo acordo de paz assinado entre os países em 1994, Israel se comprometeu a entregar 50 milhões de metros cúbicos de água anualmente. Mas não havia consenso sobre como implementar o acordo.
"O programa prevê a entrega de 50 milhões de metros cúbicos de água salgada de nosso território para a Jordânia. Lá, após tratamento, a água se tornará potável", disse Sharon.

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