São Paulo, sábado, 24 de maio de 1997
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Eleição no Irã tem alto comparecimento

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro turno da eleição presidencial no Irã, ontem, foi marcado pelo alto comparecimento às urnas. O horário de fechamento dos locais de votação foi atrasado em quatro horas para que todos os eleitores pudessem participar.
Segundo analistas iranianos e diplomatas do Ocidente, era impossível indicar um favorito entre Mohammad Khatami (defensor da tolerância religiosa e preferido do presidente Ali Akbar Hashemi Rafsanjani) e Akbar Nateq-Nouri (preferido do líder espiritual iraniano Ali Khamenei), os dois mais fortes candidatos dos quatro que concorreram ontem à Presidência.
Os candidatos foram escolhidos de uma lista de 234 nomes pelo Conselho dos Guardiões como os únicos comprometidos com os ideias da Revolução Islâmica.
Se nenhum candidato obtiver mais de 50% dos votos, como parece provável, vai haver um segundo turno com os dois mais votados para suceder ao presidente Rafsanjani. Os primeiros resultados devem começar a sair hoje.
No Irã, podem votar todos os maiores de 15 anos, o que representa um universo de cerca de 33 milhões de eleitores. O país tem mais de 68 milhões de habitantes.
As urnas foram abertas às 8h (0h30 em Brasília) e deveriam fechar dez horas depois. Mas continuaram recebendo votos até as 22h (14h30 em Brasília).
Mais de 200 mil homens foram destacados para patrulhar os cerca de 30 mil postos de votação.
Aiatolá Khamenei
Khatami, ex-ministro da Cultura apoiado por uma coalizão da qual participam mulheres, jovens e intelectuais, deveria vencer em Teerã (a capital) e em outras grandes cidades.
Seus partidários o vêem como um moderado se comparado com os conservadores, que controlam o Parlamento do país.
Nateq-Nouri, o atual presidente do Parlamento, é o candidato dos conservadores e empresários. Sua força é maior nas áreas rurais.
Não importa quem vença as eleições, porém, o panorama iraniano deve mudar pouco. O real dirigente do país é o seu líder espiritual, o aiatolá Ali Khamenei, que substituiu Ruhollah Khomeini quando este morreu, em 1989.
Em 1979, uma revolução islâmica derrubou o regime do xá Reza Pahlevi, alinhado com o Ocidente, e promoveu o isolamento do país.
O Irã tem enfrentado dificuldades em sua relação com a comunidade internacional.
O diálogo crítico que mantinha com a Europa foi suspenso depois que uma corte alemã acusou o governo do Irã de ter ordenado um atentado terrorista ocorrido em Berlim em 1992.

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