São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997 |
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Exigências de presos adiam fim de motim
MARCELO OLIVEIRA
Dois presos foram mortos no início da rebelião, no domingo. Os corpos de Josimar Francisco dos Santos, 27, e José Manso de Vasconcelos, 32, foram liberados só às 11h de ontem para o IML (Instituto Médico Legal) de Suzano. Após a transferência, quatro reféns foram libertados, incluindo a grávida Zilda Maria Penas, 22, mulher de um "faxina" transferido, e as duas filhas dela. Havia ainda dez reféns. O grupo deve ser libertado hoje, após a volta de dois presos que saíram para acompanhar a transferência dos colegas para São Paulo. Todos os presos transferidos são conhecidos como "faxinas", que recebem regalias por prestarem pequenos serviços, como a limpeza das celas. A transferência dos "faxinas" era a exigência dos detentos. Segundo os amotinados, os "faxinas" seriam responsáveis por agressões no interior da cadeia e por delatar irregularidades aos carcereiros. A inclusão dos "faxinas" de Suzano na negociação foi exigida pelos presos de Ferraz, que temiam ter de passar pela cadeia da cidade vizinha durante transferências de rotina, segundo o delegado Antônio de Olim, do Garra -Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos-, que participou das negociações. A negociação foi tumultuada. Às 12h25, uma comissão de cinco rebelados saiu, escoltada por um carro policial onde estava o juiz-corregedor de presídios do Estado, Ivo de Almeida. O grupo foi verificar se os "faxinas" de Suzano seriam realmente transferidos. A comissão de presos só retornou às 16h30. Na volta, novas exigências. Os presos anunciaram que só libertariam todos os reféns após assistirem na TV à chegada dos presos a São Paulo. Nova rodada de negociação foi iniciada pelo juiz-corregedor e pelo delegado. Foram acertados os pontos finais do acordo -libertação de parte dos reféns e o acompanhamento das transferências pelos presos. A retomada das negociações está prevista para a manhã de hoje. Texto Anterior: 'Comando' aterroriza presídios de SP Próximo Texto: Câncer pulmonar será recordista de mortes Índice |
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