São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997
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Suposto delator é pendurado

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos presos mortos, José Manso de Vasconcelos era faxina na Cadeia de Ferraz de Vasconcelos. O outro, Josimar Francisco dos Santos, era apontado como delator.
Os corpos dos presos foram alvo de selvageria.
Josimar foi estrangulado com uma corrente, que ficou amarrada ao seu pescoço. Um cabo de vassoura foi introduzido no ânus, e seu corpo foi pendurado na grade de uma das celas.
Manso teve os dedos dos pés e das mãos cortados após sua morte. E um garfo foi cravado em uma das suas bochechas.
Os dois mortos estariam presos sob acusação de assalto.
A cadeia de Ferraz de Vasconcelos estava superlotada. As quatro celas, de 3,5 m por 4 m cada uma, estavam com 174 presos.
O pátio da cadeia funcionava como uma cela improvisada. A capacidade ideal da cadeia seria de 16 presos, quatro por cela. Um para cada cama de concreto.
Os presos estavam distribuídos da seguinte forma: 30 em cada cela e 49 no pátio. Os sete faxinas circulavam pelos corredores da cadeia, onde também dormiam.
Os presos cobriam o pátio com uma lona para poder dormir no local.
Os presos rebelados estavam com duas armas de fogo e vários estiletes. Um dos faxinas estava com um ferimento na cabeça, provocado por uma surra, e deve ser transferido hoje para São Paulo.

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