São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997 |
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Yoshito revela vigor artístico
ANA FRANCISCA PONZIO
Já prevendo os pedidos de bis, Ohno tem somado a cada espetáculo uma série de solos que soam artificiais se comparados aos retornos espontâneos que ele fazia em sua primeira apresentação na cidade, 11 anos atrás. A cada bis, Ohno parece induzido a agradar um público programado para aplaudi-lo freneticamente. Com isso, os excessos de ambos os lados são melancólicos. Principalmente porque, à medida que sua atenção se volta para o público, Ohno deixa escapar a interiorização que caracteriza o butô. Em "Suiren", ficou demonstrado mais uma vez que Yoshito, filho de Ohno, vem ganhando preponderância. O mais curioso é observar que Yoshito tem mais afinidade com Tatsumi Hijikata (1928-1986) do que com seu pai. Desencadeadores do movimento artístico que deu origem ao butô, Hijikata e Ohno desenvolveram estilos distintos. Mais provocador, Hijikata construiu uma base técnica. Ohno fez da espiritualidade seu canal de expressão. Em 1959, quando Hijikata apresentou o espetáculo "Kinjiki", considerado a primeira concepção cênica de butô, era Yoshito, então com 21 anos, que fazia um dos papéis principais. Agora Yoshito revela vigor artístico em solos que delineiam com precisão o vocabulário do butô. Kazuo Ohno e seu filho Yoshito vão ministrar workshops no teatro Sesc Anchieta hoje, amanhã e sábado. Segundo a assessoria de imprensa do Sesc, as 105 vagas reservadas já foram preenchidas. Na próxima sexta, às 21h, Ohno apresentará "Tendoh Chidoh", no Teatro Municipal de Santo André (pça Quarto Centenário, s/nº, tel. 011/411-0789). Os ingressos começaram a ser vendidos ontem. Texto Anterior: Coreógrafo americano inaugura nova fase Próximo Texto: Com Ono, até mesmo Deus é possível Índice |
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