São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997 |
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Paris exibe objetos medievais
MARTA AVANCINI
Mais do que simples elementos decorativos ou religiosos, esses objetos permitem uma aproximação com o universo mental e o cotidiano do homem medieval. Ao todo, a mostra reúne 250 peças, entre objetos religiosos e profanos. A maior parte foi recolhida durante os trabalhos de limpeza e alargamento do leito do rio Sena, no século 19. Em 1860, os objetos recolhidos no rio pelo arqueólogo Arthur Forgeais foram vendidos ao museu, que os incorporou à sua coleção. Esta é a primeira vez que eles são exibidos de maneira sistematizada. Religiosidade O uso das relíquias -invólucros feitos com tecido que carregam imagens de santos- data do século 12 e está ligado às peregrinações a santuários da Europa e Oriente Médio. As relíquias ainda serviam como um meio de identificar um peregrino que, assim, não era confundido com bandidos ou vagabundos. Em geral, essas peças eram atiradas nos rios quando os religiosos voltavam de suas peregrinações. Elas eram a prova de que o peregrino havia cumprido sua promessa. Além de objetos religiosos, a exposição também reúne peças profanas, entre as quais se incluem imagens eróticas e de animais monstruosos, datando do século 14. As insígnias profanas também eram uma maneira de identificar quem as portava. Nesse caso, os identificados eram príncipes e políticos. A maior parte desse tipo de insígnia recolhida no rio Sena data das últimas fases da Guerra dos Cem Anos (entre França e Inglaterra) ou está ligada a disputas entre famílias. Embora servissem a motivos diversos, as relíquias e insígnias eram produzidas com a mesma técnica. Os objetos eram feitos de chumbo, a partir de moldes de pedra. Não se sabe ao certo quem fazia esses moldes, mas acredita-se que eles eram executados por artesãos com base em orientações dos chefes dos santuários, no caso das relíquias religiosas. Esses objetos eram vendidos aos peregrinos nas proximidades dos santuários. Exposição: Insígnias e Lembranças de Peregrinos Onde: Museu Nacional da Idade Média/Termas de Cluny (6, place Paul-Painlevé, Paris, tel. 01-53-73-78-00) Quando: até 8 de setembro Quanto: 30 francos (US$ 6) Texto Anterior: Whitaker volta com suas telas feias Próximo Texto: Música brasileira cresce no JVC Jazz Índice |
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