São Paulo, terça-feira, 27 de maio de 1997 |
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Adolescentes se acusam por crime em NY
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
Daphne Abdela, 15, nega participação no assassinato. "Quem fez tudo foi meu amigo", afirmou, referindo-se a Christopher Vasquez, 15, seu namorado havia seis semanas. "Tentei evitar o crime, mas não deu. Fiquei com medo de que ele me matasse também." Vasquez diz ter sido Abdela quem sugeriu esquartejar o morto, para dificultar a identificação. Robert Fegelnest, advogado dele, afirmou que a arma do crime não era de seu cliente. "A faca não era dele, o que mostra que não foi nada premeditado. Era dela ou da vítima." Michael McMorrow, que era corretor imobiliário, recebeu mais de 50 facadas. Segundo a polícia, teve partes do intestino arrancadas, e as mãos e o rosto, cortados. Em seguida, ele foi jogado no lago do Central Park. Vasquez, que ameaçou cometer suicídio, continua internado numa clínica psiquiátrica. "Ele está muito abalado", disse Fegelnest. A mãe da acusada Os pais adotivos da garota, Angelo e Catherine Abdela, estiveram no Centro de Detenção Juvenil Spofford, no Bronx, para visitar Daphne. Ela ocupa um dormitório com uma cama, uma escrivaninha e uma cadeira. A janela fica fechada. Angelo Abdela é um executivo israelense de uma grande indústria de alimentos em Nova Jersey. A mãe, uma ex-modelo francesa. Na saída do presídio, Catherine Abdela dizia-se "muito abalada". "Demos tudo do bom e do melhor, mas nunca com a intenção de mimá-la. Nós a educamos com liberdade, cultura, livros, viagens... Não consigo entender o que está acontecendo." Escola A mãe da acusada também fez críticas à escola em que sua filha estudava. "Quando ela começou a dar problemas, procuramos tudo. Até a coloquei numa escola com a qual não concordo, porque é muito rígida, de jesuítas, mas eles também não conseguiram controlá-la. Ela só piorou lá", relatou Catherine Abdela. A direção da Loyola, escola tradicional de Manhattan em que Abdela estudava, limitou-se a dizer que a garota era complicada e recebia tudo o que pedia a seus pais. A família Abdela vive num apartamento luxuoso em Nova York, avaliado em US$ 2 milhões. Na sala, destaca-se um grande retrato de Leah Rabin, viúva do primeiro-ministro israelense Yitzhak Rabin, morto em 1995. No quarto da garota, além de equipamentos eletrônicos, há mais de 300 livros. Texto Anterior: Polônia aprova nova Constituição; Barcos do Japão e de Taiwan colidem; Canadá apreende três barcos dos EUA Próximo Texto: Lei aceita julgamento, mas não pena de morte Índice |
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