São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Empreiteiras do AM serão investigadas

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Seis deputados de partidos de oposição do Amazonas entraram ontem com representação na Procuradoria da República pedindo a apuração da suposta ligação entre o governador Amazonino Mendes e a empreiteira Econcel.
A revelação de que Amazonino é dono da Econcel é do empresário Fernando Bomfim, amigo de infância de Amazonino. Ex-presidente da Econcel, Bomfim diz que o governador e seu filho, Armando, são os donos da empreiteira.
O deputado estadual Eron Bezerra (PC do B) disse que, além da Econcel, Amazonino também é dono de duas outras grandes empreiteiras do Amazonas -a Exata e a Capa. Segundo ele, "testa-de-ferro" dirigem as empresas.
A representação dos deputados quer ainda que a Procuradoria da República investigue a suposta ligação de Amazonino com essas duas outras empreiteiras. Uma delas, a Capa, é proprietária da mansão em que Amazonino mora.
Segundo Bezerra, 60% das obras feitas atualmente pelo governo do Amazonas são controladas por cinco empreiteiras. Além da Econcel, Capa e Exata, também fazem parte do grupo a Marmud Cameli e a Conspark. Os contratos envolvem em torno de R$ 170 milhões.
A Marmud Cameli pertence à família do governador do Acre, Orleir Cameli. Amazonino e Cameli são acusados de participar de compra de votos pró-reeleição de FHC.
Assassinato
Em São Paulo, a promotora Eloísa de Souza Damasceno pretende reabrir a investigação sobre o assassinato do empresário Samek Rosenski, em março de 93. Ele era dono da fábrica de relógios Cosmos, na Zona Franca de Manaus.
O assassinato é objeto de conversa do filho de Amazonino, gravada por Fernando Bomfim. A assessoria do governador divulgou carta da família de Rosenski afastando suspeitas sobre a participação do filho de Amazonino no crime.
A assessoria do governador informou que Amazonino pediu ao Tribunal de Contas local para apurar todos os contratos entre seu governo e a empreiteira Econcel. O governo diz ter feito licitação.

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