São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Médico elimina possibilidade de reanimar frei Damião

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A equipe médica que atende o frei Damião de Bozzano, 98, descartou às 16h30 de ontem a possibilidade de reanimar o frade, caso ele venha a sofrer uma nova parada cardíaca.
Damião teve morte cerebral após sofrer uma parada cardiorrespiratória de 25 minutos na madrugada de anteontem. Até 18h de ontem, ele era mantido vivo por remédios e equipamentos.
O coordenador da equipe médica, Blancard Torres, disse que, apesar do estado de saúde do frade ser considerado "irreversível", não haveria interrupção do tratamento.
Às 16h45, Torres estimou em, no máximo, 24 horas o tempo provável de vida do paciente. Segundo ele, em função da situação, os médicos não realizariam novos exames médicos no frei.
O último teste estava previsto para hoje de manhã. A equipe pretendia realizar um novo eletroencefalograma para comprovar mais uma vez a morte cerebral do religioso.
Damião foi internado no último dia 6, com problemas respiratórios. No dia 13, sofreu um derrame e entrou em coma.
Desde então, seu estado de saúde só se agravou. Na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) sofreu paradas respiratórias, contraiu pneumonia, anemia e teve paralisia intestinal.
No pátio interno do Hospital Português, onde o frei seguia internado até o final da tarde de ontem, cerca de cem pessoas mantinham a vigília pelo frade, iniciada na terça-feira.
Os romeiros, que pagaram R$ 40 cada um pela viagem de 13 horas, vieram a Recife pensando que o frade já estivesse morto. Eles pretendiam ir ao velório e programaram o retorno para as 17h de ontem. Durante a vigília, houve crises de choro e várias pessoas chamavam por Damião.
Enterro
Cerca de mil policiais militares serão mobilizados por dia no funeral do frei Damião de Bozzano. O corpo do frade será velado por três dias e enterrado em Recife (PE), no convento de São Félix de Cantalice.
O velório ocorrerá na basílica da Penha e a missa de corpo presente, no estádio de futebol do Santa Cruz, o Arruda.

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