São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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PIB pode crescer até 4% neste ano

DA SUCURSAL DO RIO

O PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deverá apresentar crescimento em torno de 3,5% este ano, podendo chegar a 4%.
A estimativa foi feita ontem pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
Essa previsão supera a estimativa feita na quinta-feira passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Segundo o IBGE, a economia deve crescer de 1,5% a 3% no ano, mais provavelmente em torno de 2%. No dia seguinte ao do anúncio do IBGE, o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, José Roberto Mendonça de Barros, contestou esses números, prevendo, como o Ipea, crescimento de 3,5% a 4%.
No ano passado, o PIB (soma de todos os bens e serviços produzidos por um país) cresceu 2,97% em relação a 95. Para Paulo Mansur Levy, coordenador do GAC (Grupo de Acompanhamento Conjuntural) do Ipea, o índice de 3,5% é "factível".
"Não é um percentual suficiente para o país, mas é bom no contexto da fase de transição que ainda vivemos entre a hiperinflação e a estabilidade", afirmou.
O índice poderia chegar a 4%, segundo ele, na hipótese de aquecimento da economia no último trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Na "Carta de Conjuntura" de maio do Ipea, divulgada ontem, o instituto foi cauteloso e não fez estimativa para o ano todo. Previu apenas que o PIB crescerá 3,3% ao final do terceiro trimestre, no acumulado em 12 meses, em relação aos 12 meses anteriores.
Esse crescimento seria puxado pelo desempenho da agropecuária, com 7,5%. O maior destaque iria para a produção animal, com aumento de 8,3%. A indústria cresceria 3,4%, e os serviços, 1,9%.
O Ipea prevê que, na série dessazonalizada -descontando as variações da economia decorrentes de fatores sazonais-, o PIB crescerá 0,5% no segundo trimestre, em comparação ao primeiro, e 1,3% no terceiro trimestre, em relação ao segundo. No primeiro trimestre, segundo o IBGE, houve queda de 0,56% em relação ao quarto trimestre de 96.
O Ipea acredita que a produção industrial de abril cresceu, na série dessazonalizada, 8,6% em relação a março e 12,8% na comparação com abril de 96. Os dados oficiais de abril não foram divulgados.

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