São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 1997
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Atividade industrial rende 4%, diz Fiesp

DA REPORTAGEM LOCAL

Análise da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) com base nos balanços anuais das indústrias brasileiras revela que a rentabilidade média sobre o capital próprio foi de 4% em 1996.
Praticamente não houve alteração com relação a 1995, quando a rentabilidade média foi de 3,9%.
Por rentabilidade média o estudo da Fiesp considera a relação entre lucro líquido e patrimônio líquido.
A análise levou em conta o balanço de 174 empresas industriais de grande porte.
Segundo o diretor do Departamento de Economia da Fiesp, Boris Tabacof, nos países de economia estável, a rentabilidade média sobre o capital próprio oscila entre 8% e 12%, o que seria desejável também para o Brasil.
A rentabilidade média de 4%, segundo o diretor da federação, é baixa. "Representa menos que a remuneração da caderneta de poupança", comparou.
Na série histórica do estudo da Fiesp, entre 1988 e 1996, 1989 foi o ano em qual a rentabilidade sobre o capital próprio foi maior: 10,6%.
Segundo ele, a maior fragilidade das indústrias brasileiras é a dificuldade de acesso ao crédito.
Ainda de acordo com o estudo, a margem de lucro (lucro líquido em relação à receita operacional líquida) caiu de 4,2% para 3,8%
A maior margem de lucro obtida pelas indústrias na série histórica da Fiesp também foi em 1989: 8,7%.
O estudo confirma 1991 como o pior ano para as indústrias brasileiras. A rentabilidade sobre o capital próprio foi negativa, em 3%, e a margem de lucro média também foi negativa, em 4,2%.
"Margens baixas estão relacionadas com competitividade", disse Tabacof.
Com base nesses dados e nas consultas feitas a empresários neste mês, o Departamento de Economia da Fiesp acredita que o PIB industrial em 1997 deverá crescer no máximo 3%.
"Via consumo interno não há como puxar esse crescimento", disse Tabacof. Para ele, os fatores dinâmicos da economia em 97 poderão vir apenas das exportações ou dos investimentos nas áreas a serem privatizadas.
A Fiesp discorda das previsões otimistas de crescimento do PIB realizadas pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), segundo as quais o PIB poderá crescer até 4% em 1997.

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