São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 1997
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Proteína muda conceito de transmissão hereditária

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Uma proteína capaz de transmitir uma informação genética sem usar material genético pode revolucionar o conhecimento dessa área da biologia -além de servir de modelo para a compreensão de doenças como a vaca louca, diz estudo do Instituto Médico Howard Hughes hoje na revista "Cell".
Nessa doença, uma proteína no cérebro se deforma e transmite essa deformação para outras. As proteínas formam fibras e o cérebro fica esponjoso -daí o nome da "doença da vaca louca", encefalopatia espongiforme bovina.
O agente infeccioso, a proteína batizada "príon", dispensaria material genético, DNA ou o mais simples RNA. Ambas são moléculas envolvidas na transmissão de caracteres hereditários e na produção de proteínas.
O "dogma" da moderna biologia diz que DNA faz RNA que faz proteína -embora haja exceções, como o HIV, que tem apenas RNA. Ainda assim ele precisa ser transformado em DNA para que novos vírus sejam produzidos. Por isso a existência dos príons foi sempre contestada.
A equipe descobriu proteínas com características de príon na levedura (fermento). Algumas delas apresentam o defeito que leva à formação das fibras. Mas, em vez de agir como agente infeccioso, age transmitindo características hereditárias sem usar material genético como receita.
(RBN)

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