São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Grupo tenta linchar suspeito de estupro

DO NP; DA SUCURSAL DO RIO

Um grupo de 60 pessoas tentou linchar e ateou fogo ao corpo de um homem moreno, com idade aproximada de 30 anos, suspeito de ter estuprado uma criança e uma mulher, anteontem à noite, em São Paulo.
O suspeito também levou um tiro na barriga.
Com esse caso, subiu para 17 o número de queimados no país desde o dia 20 de abril, quando o índio Galdino Jesus dos Santos foi queimado vivo em Brasília.
A tentativa de linchamento de anteontem aconteceu no Jardim Paranapanema (zona sul).
Segundo a Polícia Militar, uma das vítimas do suposto estupro teria reconhecido o rapaz como sendo o que a atacou.
A multidão cobriu o suspeito de socos e pontapés. Já desmaiado, o rapaz teve o corpo incendiado.
O rapaz sofreu queimaduras de terceiro grau em 75% do corpo. Até ontem à tarde, os policiais ainda não haviam identificado o suposto estuprador nem as duas supostas vítimas de estupro.
Rio de Janeiro
O corpo de uma mulher ainda não identificada foi encontrado anteontem à noite, queimado, na favela do Jacarezinho, no Jacaré (zona norte do Rio).
É o 18º caso de ataque com fogo registrado oficialmente desde abril. Ela teria sido morta por ter supostamente denunciado traficantes de drogas à polícia.
O fogo vem sendo usado como arma entre traficantes de drogas e viciados, inclusive no centro de São Paulo, na região conhecida como Cracolândia.
Ação de policiais civis e militares na favela do Jacarezinho, na quarta-feira passada, terminou com a morte de nove pessoas acusadas de participar de um bando de traficantes de drogas. Apontado como o líder do tráfico no Jacarezinho, José Rogério Soares, o Rogerinho, estava entre os mortos.
O comandante do 3º BPM (Batalhão de Polícia Militar, no Méier), tenente-coronel Joel Domingos Silva, negou que alguém na favela tenha denunciado o grupo do traficante Rogerinho. O corpo da mulher foi encontrado em um carrinho de mão.

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