São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997 |
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PM é preso após roubar arma de colega
MARCELO OLIVEIRA
O crime aconteceu, às 0h15 de ontem, na rua João Marcelino Branco, em Vila Nova Cachoeirinha, zona norte de São Paulo. Segundo o tenente Walter Fernandes, da Polícia Judiciária Militar, que tomou os dados do flagrante da Polícia Civil para a instauração de um Inquérito Policial Militar, o soldado Oliveira deverá ser exonerado dentro de um ano. Fora o inquérito militar e civil que responderá, Oliveira está afastado do policiamento por estar sob tratamento psiquiátrico, tem 10 anos de carreira e recebe em torno de R$ 600 líquidos. Segundo o advogado de Oliveira, Eustáquio da Cruz, o policial faz tratamento para combater estresse provocado pela profissão. A PM não confirma essa versão. O cabo Silva contou que voltava do trabalho, em seu carro particular, quando parou num semáforo. "Foi quando eu fui abordado pelos dois, que se identificaram como policiais", disse o cabo Silva. "Em seguida, o comparsa do PM começou a revistar meu carro", afirmou. Segundo a vítima, o soldado Oliveira passou a agredi-lo com empurrões após ver no banco traseiro do carro do cabo Silva, um agasalho da PM. "Disse que não era policial, e que o agasalho era de meu irmão." "Após acharem a minha arma de serviço (um 38, da PM), eles mandaram eu ficar agachado junto a porta do carro. Foi quando eu anotei a placa do carro dos assaltantes, um Corcel 2, preto." Após o roubo, o cabo seguiu com o carro e encontrou o sargento Claudio Martinez Gimenez Jr, que patrulhava a região. Martinez acionou a rede de rádio da polícia. "Pelo número da placa do Corcel (RF-6502), levantei o proprietário. Vizinhos do dono do veículo informaram que o carro havia sido emprestado para o parceiro do soldado Oliveira." Os PMs prenderam Souza e depois Oliveira. Na casa do soldado, a PM encontrou o revólver calibre 38 que ele usou no roubo. A arma roubada estava sob o travesseiro do soldado, que dormia. O advogado dos acusados, Eustáquio da Cruz, afirmou que apesar de não estar atuando no policiamento, seu Oliveira considerou o comportamento do cabo suspeito e resolveu abordá-lo. "Ele apreendeu a arma. Iria apresentá-la no dia seguinte, pois estava com receio de entregar o revólver para seus superiores naquela noite, pois havia bebido." Souza permanecerá detido no 38º DP, onde foi feito o flagrante. Oliveira foi levado para o presídio Romão Gomes, da Polícia Militar, na zona norte de São Paulo. Texto Anterior: Grupo tenta linchar suspeito de estupro Próximo Texto: Rodovias do Estado têm 38 mortes em apenas 2 dias Índice |
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