São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997 |
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Comerciante diz que não se curou
DA AGÊNCIA FOLHA EM CURITIBA "Lá dentro eu não era feliz", afirma jovemO comerciante Marcos Ferreira dos Santos, 21, diz que emagreceu dez quilos nos nove meses que viveu na comunidade Ministério Hermon, em 95. Para Santos, o que os pastores da entidade procuram fazer com os "recuperandos" -denominação dada aos internos- é "uma lavagem cerebral". Santos não se "curou" da homossexualidade. "Lá dentro eu não era feliz", disse. Segundo o comerciante, os internos homossexuais eram proibidos de conversar com outros colegas até o terceiro mês. Os banhos, que duravam cinco minutos, eram vigiados por um obreiro, espécie de monitor. "Era para a gente não se masturbar". Os internos eram proibidos de usar shorts. No dia do aniversário do interno, ele recebia um banho de lama. Saul Freire, diretor interno da comunidade, nega. "Às vezes, na chuva, as pessoas brincam, rolam no barro. É uma coisa espontânea", disse Freire sobre o banho de lama. Santos diz que deixou a comunidade depois de um acidente em que machucou o nariz. "Eles não deixaram eu ir ao hospital. Diziam que Deus iria me curar. Um mês depois, como não melhorava, fui levado ao hospital. Minha mãe foi me buscar no hospital e me levou para casa". Texto Anterior: Grupo é acusado de tortura para curar gay Próximo Texto: Aidéticos não têm remédios Índice |
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