São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
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Aidéticos não têm remédios

DA AGÊNCIA FOLHA EM CURITIBA

A comunidade Ministério Hermon tem, segundo o pastor Ronaldo Reis, 300 internos, entre homens e mulheres adultos, adolescentes e crianças. Desses, cerca de 150 são soropositivos. A comunidade recolhe qualquer pessoa.
Reis diz que a comunidade não tem medicamentos para a terapia de doentes de Aids -como o AZT e o inibidor de protease.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que não fornece os medicamentos à comunidade porque esta não dispõe de um profissional para monitorar o uso.
No dossiê sobre maus-tratos na comunidade, elaborado por seis grupos de direitos humanos de Curitiba (PR), ex-internos soropositivos afirmam que não recebiam medicamentos.
"Disseram que eu não podia tomar remédio e que tinha que confiar em Deus", diz trecho de um dos depoimentos.
O pastor nega. "Nunca deixei de dar remédios aos internos", disse.
A Agência Folha visitou a comunidade. As condições de higiene são precárias. Os quartos têm até 6 m2. O cheiro de urina nos corredores é intenso. As refeições são servidas a céu aberto.
Reis, que afirma pertencer à igreja Assembléia de Deus, diz que não tem recursos para manter a instituição, que sobrevive de caridade.

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