São Paulo, sábado, 31 de maio de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Terminais poderão ser leiloados na Bolsa

DA REPORTAGEM LOCAL

As concessões dos terminais do porto de Santos à iniciativa privada, que vinham sendo realizadas por meio de concorrência pública, poderão ser feitas a partir de leilões na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), que administra o porto, e a Bovespa assinaram ontem acordo de cooperação técnica com esse objetivo.
Atualmente já existem em funcionamento 11 contratos de concessão de terminais à iniciativa privada e mais 14 estão em processo de finalização, de acordo com o diretor-presidente da Codesp, Marcelo de Azeredo.
Além desses 25 contratos, que deverão originar investimentos de até R$ 600 milhões nos próximos 20 anos, existem outros pedidos de abertura de concorrência pública, disse Azeredo.
O primeiro terminal que a Codesp pretende arrendar em leilão é o de contêineres, um dos maiores do porto. Com área total de 500 mil metros quadrados, ele está avaliado em R$ 150 milhões.
Reunião em Brasília
A proposta da Codesp será apreciada na próxima terça-feira em reunião do Conselho Nacional de Desestatização, em Brasília.
Caso seja aprovado, o leilão de arrendamento do terminal de contêineres deverá ocorrer em agosto.
Segundo o presidente da Bovespa, Alfredo Rizkallah, o tamanho do terminal, maior que os arrendados anteriormente, foi a razão da preferência pelo leilão.
Os dirigentes da Codesp afirmam que já há interessados no terminal, tanto nacionais quanto estrangeiros.
A intenção da Bovespa e da Codesp é que a empresa ou o consórcio vencedor forme uma sociedade de propósito específico e, posteriormente, se transforme em empresa de capital aberto.
Além do terminal de contêineres, poderão ser arrendados por meio de leilão os terminais de fertilizantes, de grãos e o de veículos.
A expectativa da Codesp é que o terminal de fertilizantes seja arrendado ainda neste ano.
A situação financeira da Codesp também será discutida na reunião de terça-feira do Conselho Nacional de Desestatização.
Segundo o diretor-presidente da Companhia, as dívidas da Codesp somam R$ 450 milhões, o mesmo valor da receita operacional do ano passado.
Com os arrendamentos, a Codesp poderia cortar pela metade o número de funcionários (5.200).
A companhia, porém, não dispõe dos R$ 90 milhões necessários para as indenizações por demissão, disse Azeredo.

Texto Anterior: Livro decifra participação nos lucros
Próximo Texto: Supermercados de SP mantêm estabilidade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.