São Paulo, quarta-feira, 4 de junho de 1997
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Carybé reelabora figurinos do longa-metragem

DENISE MOTA
DA REDAÇÃO

Passaram-se mais de 40 anos, mas o gibão, as perneiras e as meias de algodão de Hector Bernabó, o Carybé, continuam a habitar o sertão do Nordeste.
O artista plástico argentino radicado na Bahia, após ter desenhado cenários e figurinos para o longa em preto-e-branco de Lima Barreto, voltou a desenvolver o desenho das roupas dos personagens para a versão de Anibal Massaini Neto.
Carybé criou 22 pranchas de modelos em aquarela com os figurinos de "O Cangaceiro". Da primeira vez que idealizou os figurinos, Carybé fez 1.700 desenhos. "Desenhei todas as tomadas do filme, porque isso ajudava a visualizar a cena", afirma.
"O fato de o primeiro 'Cangaceiro' ser preto-e-branco não fez com que eu agora tivesse que mudar as roupas para um filme colorido. Não mudei nada porque retratei, desde o começo, como o povo do cangaço vivia."
Carybé se baseou em documentos e fotos para vestir o bando do capitão Galdino e de Maria Bonita. A única intervenção ficcional que o artista diz ter feito foi em relação às roupas do capitão.
"Procurei dar força ao capitão Galdino. Queria que os óculos e o chapéu dessem um ar apavorante. Mas acho que não ficou muito assustador", afirma.
Peixe No Brasil desde 1919, Hector Bernabó -hoje com 86 anos- adotou o nome Carybé para não ser confundido com o irmão Roberto, também pintor.
"Como morávamos juntos, várias vezes eu ia buscar um trabalho e não era para mim, era para o meu irmão", conta.
Quando criança, o artista foi escoteiro do Flamengo, da equipe que representava os peixes.
Por associação, o pintor adotou o nome de um peixe -Caribé- para identificar suas obras. O nome, em sua assinatura, tornou-se Carybé.
(DM)

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