São Paulo, sábado, 7 de junho de 1997
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Uma imperatriz de casquete

MATINAS SUZUKI JR.
DO CONSELHO EDITORIAL

Para algumas mulheres é uma questão de roupas. Para outras, de estilo. Mas não há roupa real com mais estilo do que a criada pela imperatriz da era Heisei, Michiko, née Shoda.
Os brasileiros agora puderam ver que, com trajes orientais ou ocidentais, ela é a mais elegante das mulheres de casas reais ainda existentes (e, afinal de contas, hoje em dia, se as imperatrizes não servem para ser elegantes, para que mais elas serviriam?).
A imperatriz Michiko deu realeza ao antigo "casquete" que frequentava os melhores penteados de Hollywood, dando-lhe um toque oriental que tornou-o a marca de seu estilo
Se o Japão, como queria Roland Barthes, é o império dos signos, Michiko é a sua imperatriz: através de suas roupas, poderia se ler uma história cultural do Japão do após-guerra: uma fase americanizada, de abertura para o Ocidente e, a partir dos anos 70, uma definição de um estilo próprio, acomodando as influências ocidentais à tradição nipônica.
Michiko não tem sangue azul, mas raríssimas plebéias (na verdade, ela vem de uma família muito rica) deram tanto significado à expressão majestade, que acompanha o título de imperatriz, quanto ela.
Discreta, a imperatriz procura, mesmo nas roupas ocidentais, manter a limpeza, a essencialidade e a clareza das formas tão características da cultura japonesa.
A imperatriz Michiko estudou em colégio cristão (coisa para os bem-nascidos no Japão), gosta de jogar tênis, toca harpa e piano, traduz poemas do japonês para o inglês e escreveu um livro infantil ("Subindo a Montanha pela Primeira Vez"), sobre uma garotinha que tinha os pensamentos voltados para o "kamoshika" (uma espécie de cabra montanhesa que só existe no Japão).
As imagens dessa página foram tiradas do livro "Sua Majestade, a Imperatriz Michiko", que está sendo lançado no Brasil pelo Banco América do Sul (o dinheiro arrecadado com a venda do livro será destinado ao Museu Histórico da Imigração Japonesa).

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