São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997 |
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"Crise não é tudo o que dizem", diz secretário
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
Segundo ele, os problemas do Estado estão concentrados no não-pagamento do funcionalismo público. "Em valores, Alagoas deve quatro folhas salariais: R$ 138 milhões. Quando (Dilvado) Suruagy assumiu, o governo já devia duas." Ele prossegue na defesa do governador dizendo que o Poder Judiciário e o Ministério Público estão com os salários em dia. "A educação está mais atrasada (oito meses) porque os professores estiveram em greve e perderam a prioridade", afirma, numa referência à ordem de regularização do pagamento dos salários. Ele diz que o impacto sobre a economia também é minimizado pelo fato de, a cada 30 dias, um salário ser pago aos servidores -o que não significa que o governo está diminuindo o número de salários atrasados. Para conter o déficit, o governo estadual implementou, no ano passado, o Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Segundo Luciano Barbosa, secretário estadual de Transportes e coordenador do ajuste fiscal, 25 mil funcionários aderiram. Porém, como nem todos receberam aquilo a que tinham direito, 1.500 se reintegraram aos quadros públicos. Isto é: até a semana passada, Alagoas tinha 23,5 mil servidores a menos. Diante das críticas de que muitos professores e médicos haviam aderido ao PDV, Vieira Belo responde dizendo que o governo está fazendo contratos de trabalho por tempo determinado para suprir a eventual falta de profissionais. "Havia um inchaço na educação." Ele também sugere que o problema foi causado pela falta de apoio do governo federal. "Estão fazendo um linchamento de Alagoas na mídia. As liberações federais para o Estado não chegaram a R$ 400 milhões", afirma. Sobre o aumento do número de assassinatos em Alagoas no ano passado, Vieira Belo diz que ele foi "vegetativo" (proporcional ao crescimento da população). "Isso ocorreu no contexto do aumento da violência em todo o país. Não há rebelião de presos no Estado", afirma. Na opinião do secretário, a repercussão da crise prova que "é melhor pagar mal o funcionalismo, mas pagar em dia". Texto Anterior: Maceió concentra funcionários e crise Próximo Texto: Rio enfrenta a maior crise da década Índice |
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