São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Indefinição atinge regras e fiscalização

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

O rodízio pode começar em oito dias, mas ainda há muita indefinição sobre algumas regras, que devem ser definidas no decreto do governador Mário Covas, regulamentando a operação.
Além da data em que começa o rodízio, falta definir ainda o dia da semana em que cada final de placa será impedido de circular na cidade de São Paulo.
A Secretaria do Meio Ambiente estuda a viabilidade de fazer o chamado rodízio do rodízio, isto é, de alterar a cada período a ordem das placas vetadas.
Na primeira semana, o esquema funcionaria como no ano passado: 1 e 2 não poderiam circular na segunda, 3 e 4, na quarta e assim por diante, de forma a tirar 20% dos veículos da rua a cada dia.
Com o rodízio do rodízio, mudaria a ordem dos finais na segunda semana. Na segunda-feira, ficariam vetados 3 e 4; na terça, 5 e 6, na quarta, 7 e 8...
A alternância de finais iria se sucedendo a cada semana, de forma a não prejudicar especialmente os donos de carros com final 9 e 0 -proibidos na sexta, quando o carro é importante para as pessoas que costumam viajar- e 1 e 2 -prejudicados na segunda-feira, dia de retorno de viagens.
Caminhões
A liberação de parte dos caminhões é outra área que concentra incertezas. Esse tipo de veículo não foi incluído na operação do ano passado, e a liberação de parte da frota está se mostrando um desafio para os técnicos da operação.
Falta definir, por exemplo, o corredor especial para caminhões de outras localidades que apenas cruzam a área do rodízio. A Secretaria do Meio Ambiente quer permitir que circulem livremente, devido a sua importância na economia.
Para isso, quer definir um conjunto de vias que façam ligação entre estradas e estabelecer que ali os "estrangeiros" não serão multados. As marginais são ponto obrigatório, mas o critério para inclusão das demais é delicado e ainda não se chegou à forma final.
Promete polêmica a definição de carga perecível, que habilita o caminhão que a transporta a circular sem restrição. Conforme o critério, o concreto de uma betoneira, que endurece rapidamente, pode ser considerado perecível, embora a medida claramente não pretenda privilegiar essa carga.
Há ainda fatores operacionais pendentes a ponto de fazer a secretaria pensar em adiar o início do rodízio. Oito dias são considerados prazo apertado para recrutar e treinar os 400 fiscais contratados com que a operação deve contar este ano -em 96, PMs e funcionários da secretaria multaram.
Falta ainda assinar e operacionalizar os convênios com prefeituras da área abrangida, que pretendem colaborar com fiscais e assim abocanhar parte do arrecadado.
Para evitar atropelos e adiamentos, o secretário Fábio Feldmann prometeu enviar o projeto do rodízio para votação na Assembléia ainda no ano passado. O projeto só chegou em março e o rodízio, que está autorizado desde maio, ainda tem data pendente.
(RSc)

Texto Anterior: 'Musas' gravam telefonemas
Próximo Texto: Cidades terão fiscais municipais multando
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.