São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Sindicalização é de apenas 13,9% no PR

DEISE LEOBET
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No Paraná, apenas 13,9% dos trabalhadores são filiados a algum sindicato. A porcentagem está bem abaixo da média da região Sul, que é de 22,1%.
No Brasil, a média é de 16,2%. No Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, na Grande São Paulo, quase metade dos trabalhadores da base é sindicalizada, conforme a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios do IBGE.
Os sindicalistas não contestam os números, mas afirmam que eles são resultado de três fatores: a falta de liberdade e autonomia sindical, a falta de unidade dos sindicatos e a história recente dos sindicatos de trabalhadores do setor industrial.
"O Paraná sempre foi um Estado essencialmente agrícola", disse Ana Maria Cruz, presidente da CUT-PR, que congrega 126 sindicatos no Estado.
Argumentos
O fato de os sindicatos do Paraná não apresentarem o mesmo nível de mobilização do de regiões mais industrializadas foram alguns dos argumentos do governo paranaense para atrair montadoras.
Dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) apontam que a média de greves registrada no Estado é de uma por mês.
A greve desencadeada pelos trabalhadores da Volvo do Brasil, em Curitiba, em janeiro deste ano, foi a primeira dos funcionários da montadora nos últimos dez anos.
A Volvo do Brasil era, até agora, a única montadora do Paraná e a maior do Sul do país.
Em 20 anos de existência (a empresa foi instalada em 1977) foram registrados apenas três movimentos grevistas. Os dois primeiros, segundo os metalúrgicos, foram de menor expressão.
Estudo desenvolvido pelo Centro de Pesquisa e Apoio aos Trabalhadores (Cepat), uma ONG trabalhista, concluiu que a greve de janeiro foi uma reação dos funcionários da fábrica contra o processo de globalização das montadoras.
"A luta foi muito mais pela garantia de direitos do que salarial", disse José Dari Krein, pesquisador do Cepat.

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