São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Para Fiesp, só crescimento gera empregos

GABRIEL J. DE CARVALHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os sindicalistas vão precisar de muitos argumentos para convencer a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) da necessidade de redução da jornada de trabalho como forma de criar mais empregos no país.
O diretor de Relações Intersindicais da federação, Roberto Ferraiolo, afirmou ao participar de debate na Folha que a maioria do empresariado paulista tem certeza que reduzir a jornada não vai resolver o problema do desemprego.
Para Ferraiolo, só o crescimento sustentado -expansão do PIB (Produto Interno Bruto) acima de 6% e melhor distribuição de renda- podem criar novos postos de trabalho.
A redução pura e simples da jornada, afirma o empresário, poderia diminuir a competitividade das empresas brasileiras.
Outros países
"Nós vivemos um momento de transição. Houve uma abertura desordenada da economia, sem efeitos compensatórios", disse.
Para Ferraiolo, uma das soluções para evitar demissões e restringir o número de horas extras seria a flexibilização da carga horária.
O empresário defendeu também a redução dos custos trabalhistas, que seria, segundo ele, um debate mais importante para o país. Mas as centrais sindicais também divergem sobre propostas para cortar encargos sociais.
Pedro Paulo Martoni Branco, diretor executivo da Fundação Seade, entende que a discussão sobre o chamado "custo Brasil" não elimina o debate sobre redução da jornada.
"É legítimo que os trabalhadores lutem pela incorporação dos ganhos de produtividade. A luta pela jornada menor faz parte dessa briga", considerou durante o mesmo debate.
Martoni Branco acredita que a diminuição da carga horária dos trabalhadores não teria efeitos negativos sobre a competitividade das empresas nacionais.
"Na verdade, a redução da jornada ajuda a combater a exclusão social", concluiu. (GJC)

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