São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Expansão de rede inclui redução de loja

CLEBER MARTINS
DA REPORTAGEM LOCAL

McDonald's sem mesas e cadeiras. Sorveterias Früzzy em pequenos quiosques. Loja de brinquedos PB Kids só para bebês. E Casa do Pão de Queijo aberta 24 horas.
Aparentemente sem nada em comum, essas redes estão investindo em formatos mais compactos -e mais econômicos- como estratégia para expandir a marca.
Nesse modelo, as instalações ocupam o menor espaço possível. O cardápio e o quadro de funcionários também são mais enxutos, e o franqueado desembolsa menos com taxas, royalties e aluguel.
"É uma tendência mundial", diz João Batista da Silva Jr., 32, diretor de cursos e eventos da ABF (Associação Brasileira de Franchising). "As empresas precisam simplificar as operações para atender as necessidades do mercado."
O McDonald's Express é a arma da rede norte-americana de fast food. Essas unidades oferecem apenas alguns tipos de lanche, sem exigir área para mesas e cadeiras.
Para ter o seu "mini-McDonald's", o futuro franqueado gastará US$ 350 mil. A franquia tradicional não sai por menos de US$ 500 mil. Dos 236 pontos-de-venda da rede, 40 já são no novo formato.
Nesse novo sistema, a rede presta as mesmas assessorias que as dadas para uma grande loja.
"O franqueador deve oferecer a mesma assistência e fiscalizar a qualidade do produto", diz Silva.
A busca por unidades menores também foi a opção da Früzzy para aumentar a distribuição de seus sorvetes de iogurte. "Há uns dois anos, era fácil vender franquia. Hoje, não", afirma Doris Wolff, franqueadora da Früzzy.
As novidades vão desde o sistema "store-in-store" -literalmente, uma loja dentro de outra (leia abaixo)- até um conjunto de equipamentos que ocupa apenas 1 m2, indicado para lanchonetes e restaurantes. Das 13 unidades franqueadas, 6 são compactas.
A jogadora de vôlei Ana Richa aderiu a um formato compacto da Früzzy no ano passado e já está abrindo uma segunda cafeteria associada à marca no Rio. "Essa foi uma forma que encontramos de combinar produtos diferentes em um mesmo lugar", comemora.
Para Marcelo Cherto, 43, presidente do Instituto Franchising, "está complicado vender grandes franquias devido aos altos custos e à falta de financiamentos de longo prazo".
Mas ele alerta que os interessados devem tomar cuidado, mesmo quando a empresa oferece muitas facilidades. "Quando a marca muda sempre de conceito, pode ser um sinal de que ainda não se achou", diz Cherto.
Para resolver parte desses problemas, a PB Kids, do setor de brinquedos infantis, optou por, ao mesmo tempo, encolher o tamanho e segmentar as atividades.
Há dois meses, lançou a PB Kids Baby, franquia de produtos para crianças de até três anos. "O tamanho mínimo do local exigido (75 m2) e a taxa de franquia (R$ 20 mil) caem pela metade em relação ao padrão normal de loja", afirma Oscar Pilnik, 59, presidente.
Interior
Também com custos reduzidos, o franqueado da empresa de cosméticos Valmari pode montar o modelo mais simples de loja por R$ 20 mil. "A idéia é que ele invista aos poucos", afirma Loide Nunes, franqueadora. "Facilitamos os custos para abrir mais lojas, principalmente no interior."
A chocolataria Campos Sabor Chocolate, de Campos do Jordão (SP), também quer montar seus quiosques em outros Estados. "A franquia é em um módulo de 4 m2 que pode ser adaptado em qualquer lugar", diz Moisés Varandas, sócio.

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