São Paulo, domingo, 8 de junho de 1997
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Telespectador faz gol, disputa game e joga bingo em programa interativo

ELAINE GUERINI
DA REPORTAGEM LOCAL

A interferência do público na programação de TV não se limita à escolha do final de uma história, à disputa de um game ou à votação de um filme. As distribuidoras de produtos interativos já espalham pelo mundo opções que permitem ao telespectador participar de leilão, marcar encontro romântico, jogar bingo e até fazer gol sem sair da poltrona.
Os direitos sobre esse último quadro, chamado "Goal Show", foram comprados recentemente pelo SBT. A idéia da emissora é inserir a nova atração -apresentada atualmente em 18 países- no "Programa Silvio Santos", aos domingos.
O jogo começa com a inscrição dos candidatos pelo telefone. Depois de um sorteio realizado pelo computador, a emissora liga ao participante escolhido e conecta o seu telefone a um lançador de bolas posicionado em frente a uma trave no estúdio -a uma distância de 11 metros.
Ao apertar a tecla de número cinco do seu telefone, o telespectador "chuta". Um goleiro convidado pela emissora tenta agarrar a bola no palco. "Já enviamos o equipamento e um técnico para o Brasil", diz Loni Farhi, presidente da SPI International, que distribui o "Goal Show".
O quadro, que recebe uma média de 40 mil chamadas no exterior, será a quarta opção interativa disponível na TV brasileira. Na Globo, o participante escolhe o final de uma história em "Você Decide" e opta pelo seu filme preferido na sessão "Intercine".
Na MTV, o telespectador aciona teclas de seu telefone para disputar um game defendendo um dos personagens de "Garganta e Torcicolo no Paraíso das Ovelhinhas". Esse é o único programa interativo em que o público paga para se inscrever (R$ 3).
A tecnologia do game foi desenvolvida pela ITE (Interactive Television Entertainment), uma empresa dinamarquesa que também distribui o game "Hugo", exibido hoje em 20 países. O jogo foi apresentado no Brasil em 95 na CNT/Gazeta.
"A ITE está desenvolvendo agora a segunda edição de 'Garganta e Torcicolo'. A partir de agosto, a disputa passa a ser mais acirrada, com os personagens lutando de verdade", conta Zico Goes, 32, diretor de programação da MTV.
No exterior, o telespectador tem à sua disposição inúmeros games interativos. A empresa finlandesa Saraxa Group, por exemplo, desenvolveu uma tecnologia capaz de adaptar games já existentes (como Nintendo, Sega e outros) para a TV.
"Na Finlândia, o programa (chamado 'The Game Over') atinge 30% do público de 3 a 23 anos nas manhãs de sábado. Ainda vendemos o formato para o 'CyberChallenge', exibido atualmente nos EUA", afirma Jarwko Salonen, responsável pelas vendas internacionais do grupo.
A empresa ainda distribui o "Gimme 5", que promove um bingo pela TV. O participante liga para a emissora, recebe seus cinco números e acompanha o sorteio (apertando uma tecla específica ao ganhar o jogo). O programa vai ao ar na Finlândia, Suíça, Noruega, Espanha, EUA, Tailândia e Israel.
'Namoro na TV' interativo
Outra empresa especializada em produtos interativos é a norte-americana Dream Entertainment. O grupo criou o "Up to Date", uma espécie de "Namoro na TV" com a participação ativa do telespectador. O formato é usado atualmente nas TVs da Tailândia e na Alemanha.
O concorrente disputa com mais três candidatos o "coração" do jovem (ou da jovem) que está no estúdio. Até chegar ao vencedor, a competição envolve vários games e testes de compatibilidade.
A mesma empresa oferece o game infantil "Yo-Yo" (exibido na Tailândia, Suíça e Israel) e o "Garage Sale", um leilão interativo. "Apresentamos três itens e quem mandar a oferta mais alta, seja no estúdio ou por telefone, leva o produto. É o primeiro programa em que auditório e telespectador participam simultaneamente", conta Yael Yomtov, gerente de vendas internacionais da Dream.

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