São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conflito na CPI adia depoimento de Pitta

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CPI dos Precatórios adiou o depoimento do prefeito de São Paulo, Celso Pitta (PPB), que estava marcado para hoje, devido a conflitos entre o presidente da comissão, senador Bernardo Cabral (PFL-AM), e o relator, Roberto Requião (PMDB-PR).
Pitta chegou a confirmar por escrito o comparecimento, mas seu depoimento foi transferido para amanhã (quarta-feira).
O depoimento do ex-prefeito Paulo Maluf (PPB), previsto para amanhã, está ameaçado. A secretaria da CPI não conseguiu confirmar sua presença.
Ontem, Cabral e Requião travaram uma discussão pública, no plenário do Senado, sobre o depoimento de Pitta, ex-prefeitos e governadores. Cabral anunciou que não iria presidir a reunião que ocorreria hoje na CPI.
O conflito entre Cabral e Requião teve início da sexta, quando o primeiro se recusou a assinar ofícios convidando Pitta, ex-prefeitos e governadores a depor.
Cabral argumentou que governadores têm privilégio para depor, como a escolha de data e local. Por isso, pretendia contatá-los informalmente antes de fazer o convite formal por meio de ofícios.
Requião, por outro lado, não abria mão do convite escrito. À revelia de Cabral, determinou ao secretário administrativo da CPI, Luiz Cláudio Brito, que assinasse e enviasse os ofícios.
Na tribuna, o presidente da CPI reclamou da interferência de Requião: "Até hoje não interferi no trabalho do relator e espero que ele não interfira no meu".
Logo após o pronunciamento de Cabral, Requião disse que, ao determinar o envio dos ofícios, deu cumprimento a decisão do próprio plenário da CPI. "Houve um mal-entendido, mas quem entendeu mal não fui eu", disse.
A reação de Requião se deu pelo seu receio de que Cabral estivesse tentando tumultuar a convocação de políticos para evitar o depoimento de Maluf.
Requião nega que desconfiasse de Cabral. "Os trabalhos não teriam avançado tanto se Cabral não fosse o presidente da CPI." Mas, de forma reservada, expôs seu receio diante de assessores. Ontem à noite, a Folha não encontrou Cabral para falar sobre o assunto.
O depoimento de Maluf ainda não é certo. Na sexta, a secretaria da CPI enviou-lhe fax convidando-o a depor. O recebimento foi confirmado por um funcionário do escritório de Maluf, identificado como Fernando. Ontem, a secretaria da CPI tentou confirmar o depoimento, sem sucesso.
O governador de São Paulo, Mário Covas, confirmou seu depoimento para o dia 17.

Texto Anterior: Coronel do Exército assume o comando da economia em AL
Próximo Texto: Prefeitura nega ter havido prejuízo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.