São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997 |
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Ídolo de Kuerten foi catador de bolinhas
SÉRGIO KRASELIS
A torcida do "Leão da Ilha", apelido carinhoso da esquadra azul e branca, festejou aos gritos de "Guga, Guga" a passagem do time para a final, o que não acontecia desde 1989, quando foi vice. O autor do gol do empate em 2 a 2 foi o centroavante Jacaré, Ermison José Leopoldo, 26, amigo do tenista há 12 anos, que foi seu catador de bolas na época em que Kuerten começou a treinar nas quadras da Associação dos Empregados da Telesc, a companhia telefônica catarinense. "Eu praticava futebol de campo e futsal, que o Guga gostava de jogar em escapadas dos treinos de tênis. Depois, acabei trabalhando como boleiro nas quadras da Astel e ficamos mais tempo juntos", recorda o atacante, na época estudante de eletrotécnica. 'Gol Guga' Feliz com o sucesso do amigo, Jacaré já patenteou o "gol Guga", coreografia na qual, em vez do tradicional soco no ar, desfere raquetadas na direção às arquibancadas. Jacaré conta que, após se profissionalizar, ficou um bom tempo sem ver o tenista. "Mas, sempre que nos encontrávamos, ele fazia questão de me cumprimentar", conta o atacante, que chegou a comprar uma raquete, que, diverte-se hoje, só usa para jogar frescobol. Jacaré herdou o gosto pelo futebol de campo por meio do seu pai, ex-jogador do Avaí, cujo apelido também era Jacaré. "Meu pai não queria que eu fosse jogador de futebol, mas insisti tanto que ele concordou, contando que eu concluísse os estudos". No Avaí desde 1986, Jacaré já teve uma temporada no Grêmio e, mais tarde, uma rápida passagem pelo futebol da Malásia. No final do ano passado, o atacante fez uma cirurgia no joelho esquerdo. Voltou a jogar neste ano. Seu contrato com o Avaí termina no final deste Estadual. "Só espero que toda essa promoção me ajude a ficar no time", diz o jogador, vice-artilheiro do campeonato com 11 gols. Fã do tenista norte-americano Andre Agassi, Jacaré diz acreditar que Gustavo Kuerten vai continuar sendo o mesmo garoto humilde que conheceu. "Ele não vai mudar. Tanto assim que, no domingo, conversei com ele por telefone, e ele me agradeceu pelo gol. Imagine isso. O guri é campeão na França e me agradece pelo gol. Ele é demais", diz Jacaré. Texto Anterior: Corporativismo traz Fluminense de volta Próximo Texto: Procura por artigos para tênis cresce nas capitais Índice |
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