São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 1997
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Brasil estuda deixar tropas em Angola

Pedido foi feito a FHC

RENATA GIRALDI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo brasileiro analisa a possibilidade de autorizar a permanência de um posto de saúde e um batalhão da força de paz em Angola.
O pedido de que os brasileiros fiquem em Angola, noticiado no domingo pela Folha, já foi formalizado pelo presidente José Eduardo dos Santos e aguarda análise da Organização das Nações Unidas.
O Brasil deverá manter cerca de 200 homens, entre médicos, dentistas, enfermeiros e soldados em duas cidades de Angola. A ONU definirá os locais onde ficarão o posto e o batalhão.
As negociações entre os governos brasileiro e angolano começaram em novembro do ano passado, quando o presidente Fernando Henrique Cardoso esteve no país.
As conversas de FHC e Santos, na época, se limitaram à permanência em Angola dos militares especializados da companhia de engenharia do Exército, responsável pela construção de estradas e escolas e retirada de minas.
"Os acordos já foram firmados. O que falta é a autorização da ONU", disse o embaixador de Angola no Brasil, Oswaldo Serra Vandume. O pedido do presidente Santos foi feito apenas ao governo brasileiro. A solicitação não foi encaminhada a nenhum outro país.
Há menos de um mês, o governo brasileiro determinou a retirada dos 800 homens que pertenciam às forças de paz da ONU. Os homens da companhia de engenharia do Exército já retornaram ao Brasil. Ainda existem militares brasileiros em sete cidades angolanas: Luanda, Huambo, Kuito, Andulo, Lumerje, Vila Nova e Chitembo.
Os militares brasileiros atuaram na companhia de engenharia, em batalhões (em cinco cidades) e em dois postos de saúde. Na prática, os postos funcionam como hospitais de campanha, com condições de realizar pequenas cirurgias e atendimentos de emergência.
O Brasil participa das forças de paz de Angola ao lado de mais 32 países, desde agosto de 95, quando foram enviados 1.139 militares.

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