São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Empresários do PR tentam liberar verba Grupo freta avião para ir a Brasília ANTONIO FLÁVIO ARANTES
O objetivo é tentar liberar os empréstimos do Estado em organismos internacionais barrados pela CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado. Para a viagem, foi fretado um avião 727-200 da empresa Fly. Segundo o presidente do Sinduscon (sindicato da construção civil) do Paraná, Gustavo Daniel Berman, o custo do aluguel é de R$ 47 mil e vai ser cotizado entre os empresários que participam da caravana. O Paraná tem US$ 486 milhões em empréstimos suspensos pela CAE, desde o dia 20 de maio, porque a comissão se recusa a analisar os pedidos enquanto não conhecer as vantagens financeiras oferecidas pelo governador Jaime Lerner (PDT) para atrair a fábrica da Renault para o Estado. A comissão alega que, sem conhecer os incentivos, não tem como avaliar a capacidade de endividamento do Paraná, o que seria essencial para liberar os empréstimos. A decisão da CAE foi liderada pelos senadores Roberto Requião (PMDB-PR) e Osmar Dias (PSDB-PR), adversários políticos de Lerner. A caravana foi articulada pelo prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi (PDT), o secretário estadual da Casa Civil, Rafael Greca, e o presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), José Carlos Gomes Carvalho, entre outras lideranças. Além do vice-presidente, o grupo tem agendado encontro com o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), e o presidente da CAE, senador José Serra (PSDB-SP). O objetivo do grupo é tentar, por meio de gestões políticas, mudar a decisão da comissão, já que Lerner se recusa a apresentar as vantagens financeiras oferecidas à Renault. Ele afirma que o sigilo é necessário na guerra fiscal com outros Estados e nas gestões para atrair novas empresas para o Estado. Guerra A suspensão do empréstimo detonou uma guerra retórica entre Requião e Lerner, que mobiliza a mídia estadual e é uma mostra do que vai ser a campanha eleitoral do ano que vem. O senador acusa o governador de ter quebrado o Estado. Segundo o senador, a folha de pagamento do governo estaria consumindo 96% da arrecadação. O governo nega. Diz que os números de Requião se referem a despesas em regime de caixa (entrada e saída) do mês de abril, quando se pagou reajustes salariais retroativos a março. Segundo dados da Secretaria Estadual da Fazenda, a dívida pública interna do Estado do Paraná em dezembro do ano passado era de apenas R$ 390 milhões contra, por exemplo, R$ 18,7 bilhões de São Paulo. Texto Anterior: Brasil quer mais discussões antes da adoção de 'selo social' Próximo Texto: Grevista assa 400 kg de sardinha em protesto Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |