São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 1997
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EUA buscam piloto por 'fraude fúnebre'

Al Vieira pegava cinzas, mas não as espalhava

DE WASHINGTON

A polícia da Califórnia, Costa Oeste dos EUA, está procurando um piloto de avião pago por casas funerárias para espargir cinzas humanas sobre rios, mares ou montanhas e que, em vez disso, estocou por anos num hangar caixas com restos de pessoas cremadas.
Al Vieira, 52, cobrava a partir de US$ 60 para fazer os vôos e jogar as cinzas sobre o local escolhido pela família do morto. Mas, desconfia a polícia, as únicas cinzas que ele de fato espalhou foram as que tiveram acompanhamento de parentes a bordo. Cerca de 3.500 caixas com cinzas, muitas quebradas ou abertas, foram achadas em Byron, 64 km a leste de San Francisco.
A notícia de que milhares de famílias podem ter sido logradas está provocando comoção em diversas cidades vizinhas de San Francisco. Dezenas de agentes funerários estão sendo procurados por pessoas que querem checar se elas contratavam os serviços de Vieira.
Cindi Jacobsen, que voou com Vieira em 1993 para jogar as cinzas de sua mãe sobre a ponte Golden Gate, em San Francisco, agora diz recear que aqueles podiam não ser os restos mortais dela.
Segundo a polícia da região, pelo menos 200 funerárias trabalhavam com Vieira, devido ao valor baixo que ele cobrava para fazer o serviço.
O presidente da associação de funerárias da Califórnia, Ray Glosser, disse que o incidente é "imperdoável" e que ele vai tomar medidas para evitar outros casos similares.
A maioria das caixas encontradas estão identificadas por nome e data. A polícia diz que vai tentar devolver todas a familiares dos mortos. Vieira está foragido e pode ser indiciado por roubo e por falsidade ideológica.

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