São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Juiz diz que foi transparente

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA ENVIADA A PEDRO CANÁRIO (ES)

Proibido de comentar a sentença de Rainha, o juiz Sebastião Mattos Mozine disse que o julgamento foi transparente e que procurou atender às duas partes do processo no que se referiu à recusa e impugnação de jurados.
Após o julgamento, o juiz afirmou que não comentaria as críticas de que a condenação fora política.
"Quero destacar que não tivemos problemas de segurança, mas devo pedir reforço para o próximo julgamento", afirmou.
Recusas
Mozine aceitou as recusas de seis jurados feitas pela defesa de Rainha e pela promotoria, e deferiu os pedidos de suspeição de dois jurados alegados pela defesa.
Mozine disse esperar que a defesa compareça a Pedro Canário no dia 13 de agosto, quando serão indicados 21 nomes para o próximo júri de Rainha, em setembro.
Os sete jurados finais serão sorteados entre os nomes desta lista.
Capixaba, Mozine, 41, é juiz em Pedro Canário há dois anos e seis meses.
Disse que o julgamento de José Rainha era o mais importante de sua carreira e também da história recente do Espírito Santo.
Conduziu o julgamento por dezessete horas, madrugada adentro, com intervalos regulares a cada três horas.
No plenário, misturou momentos de rigidez e humor.
"Festa"
"Isso aqui não é uma festa, é um tribunal", disse na abertura do julgamento, ao ver inúmeros repórteres e sem-terras.
A uma testemunha que não se lembrava de uma data e indagou sobre a importância disto, respondeu:
"Doutor, eu não me lembro nem do que eu almocei ontem. Mas, no seu caso, a resposta pode ser importante. Por favor, responda."
Indeferiu também a pergunta de um advogado da acusação sobre o meio de transporte utilizado pelas testemunhas da defesa:
"Não me interessa se é pobre ou rico, se veio a pé, de avião, de carro ou em lombo de burro."
(FE)

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