São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 1997
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Brasil fica em 68º no ranking da ONU

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DE NOVA YORK

A Organização das Nações Unidas divulga hoje relatório sobre o estágio de desenvolvimento de 175 países, colocando o Brasil na 68ª posição. No ano passado, o país ocupava o 58º lugar.
Segundo o escritório brasileiro do Programa das Nações Unidas para Desenvolvimento, não se pode afirmar que o Brasil perdeu posições no ranking. Isso porque o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) sofreu alterações metodológicas este ano.
Em Nova York, porém, Moez Saad Doraid, um dos membros do Programa de Desenvolvimento, disse à Folha que "o Brasil foi um dos 30 países que apresentou uma piora em seu quadro, o que explica sua queda no ranking".
Em relatório divulgado no ano passado, a ONU estipulara o índice do Brasil em 0,796. No relatório deste ano, que está sendo divulgado hoje pela manhã, o Brasil fica com 0,783.
Já o relatório divulgado pelo Pnud em Brasília, especificamente para o Brasil, diz que não se pode comparar esses índices, pois foram calculados segundo metodologias diferentes.
O texto do documento em português é explícito: "A comparação deve ser feita entre o IDH 94 com valor de 0,783 e o IDH 93 com valor de 0,774, ambos usando novos índices de crescimento".
O IDH mostra a distância de uma nação para atender objetivos específicos, como uma expectativa de vida de 85 anos e acesso à educação para todos. O terceiro indicador afere a renda e é medido pelo PIB per capita ajustado para diferenças no custo de vida de cada país.
"Construímos uma fórmula matemática para calcular a qualidade de vida da população dos mais diferentes países do mundo", explicou Doraid à Folha. "Quanto maior o coeficiente, melhor é a situação vivida no país", disse. O coeficiente máximo que um país pode atingir é 1.
"Levamos em conta a expectativa de vida no nascimento de uma criança, o grau de analfabetismo e a porcentagem de estudantes que chegam ao primeiro, segundo ou terceiro graus."
Segundo Saad, parte dos 30 países que apresentaram queda em seus índices é do Leste Europeu.
"As dificuldades econômicas dos ex-países comunistas ainda são muito grandes. Não chega a ser surpresa que países como a Rússia, a Armênia e a Ucrânia, entre outros, esteja entre os que pioraram. O Brasil, sim, pode ser considerado surpreendente", disse Saad.
No relatório da ONU, o Canadá aparece em primeiro lugar, com IDH de 0,960. A França é a segunda colocada, com 0,946. Em terceiro está a Noruega, 0,943.
O Brasil ficou entre a Rússia e a Bulgária, países do Leste Europeu.
Entre os últimos colocados, estão diversos países africanos. Os três piores índices ficaram com Níger, 0,206, Ruanda, 0,187, e Serra Leoa, 0,176.

Colaborou a Reportagem Local

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