São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 1997
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Governo vai exigir registro de bebidas importadas

SHIRLEY EMERICK
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pretende estender a todas as bebidas estrangeiras a obrigatoriedade de registro no Ministério da Agricultura, adotada recentemente para os vinhos.
O governo quer mudar o regime brasileiro de importação de bebidas para conhecer melhor a origem do produto consumido no país.
Isso significa que, para entrar no país, uísques, sucos, cervejas e chopes estrangeiros terão de ser registrados, assim como o estabelecimento produtor.
Essa regra existe atualmente apenas para o vinho e entrou em vigor no mês passado. O produtor estrangeiro está obrigado a registrar a bebida e o estabelecimento na Secretaria de Defesa Agropecuária do ministério.
O coordenador de Inspeção Vegetal do ministério, Ricardo da Cunha Cavalcanti Júnior, disse que a intenção é exigir o certificado de origem de todas as bebidas para que o consumidor brasileiro saiba com certeza o que está consumindo.
Essa exigência vai prejudicar, por exemplo, a entrada de bebidas falsificadas no país.
Ele afirmou que essa regra é uma demanda do próprio setor produtivo. Para os produtores nacionais, por exemplo, o governo exige uma descrição completa de todos os equipamentos usados na produção, com objetivo de avaliar se há algum risco à saúde do consumidor.
O produtor tem também de apresentar a planta do estabelecimento e atender às especificações de revestimento de piso e parede.
Outra exigência é a declaração da capacidade de produção, que permite a fiscalização da quantidade de garrafas comercializadas.
Segundo Ricardo Cavalcanti, os proprietários de bares e restaurantes da região Sul já detectaram problemas com o chope.
A fermentação do chope exige que ele seja consumido até cinco dias depois da fabricação. Depois desse prazo, ele fica um pouco aguado e impróprio para consumo.
A única pendência para o governo ampliar a legislação da certificação de origem é a estrutura funcional.
É que apenas 130 fiscais controlam 25 pontos diferentes de entrada do país. "Precisamos de pessoal para organizar e receber os pedidos de registro", disse.

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