São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Ruiva aplica golpe em idosas no Hospital das Clínicas de SP

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma mulher de cabelos ruivos, que se apresenta como funcionária do Hospital das Clínicas de São Paulo, está abordando e roubando pacientes idosas que procuram o ambulatório. A mulher, de saia curta, gestos delicados e voz suave, oferece o braço às suas vítimas, ajuda-as a entrar no hospital e se propõe a acompanhá-las até suas casas. Só depois as pacientes descobrem que foram roubadas.
O alerta foi feito ontem pela direção do HC. Pelo menos quatro mulheres teriam se queixado aos seguranças do hospital, relatando histórias parecidas. Com medo, elas não procuraram a polícia e pediram para que seus nomes não fossem divulgados.
S.N, 81, diz que a estranha parou-a na calçada do HC, estendeu a mão e perguntou: "Não se lembra de mim? Estou saindo do plantão". "Ela entrou no ambulatório de braços dados comigo. Perguntou quando seria minha consulta e falou: 'Não, mas a senhora não pode esperar tanto tempo. Eu mesma remarco a consulta'. E riscou meu cartão, marcando a consulta para o dia seguinte."
Segundo S.N., a estranha contou que tinha uma avó morando no prédio vizinho ao dela e que iria visitá-la. "Fomos juntas de táxi e ela subiu para um café em casa. Conversamos uma porção de coisa. Só quando saiu vi que o dinheiro tinha desaparecido."
Outra vítima, B.S.O., 86, disse que a mulher acompanhou-a até o hospital, dizendo que trabalhava ali há 24 anos, sempre à noite.
"Ela era gentil. Viu que minhas mãos tremiam e se ofereceu para pegar meu cartão na bolsa. Em casa vi que o dinheiro tinha sumido." Do HC, B.S.O. foi a uma igreja em Higienópolis. "Ela dizia que eu estava cansada, que devia ir para casa, que ela me acompanhava. Não sei o que teria acontecido se aquela ladra entrasse lá em casa."

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