São Paulo, sexta-feira, 20 de junho de 1997
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Relaxado o embargo ao marfim

Decisão vale a partir de 1999

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O embargo vigente desde 1989 sobre o comércio internacional de marfim estará suspenso a partir do início de 1999. A decisão foi tomada ontem em Harare, capital do Zimbábue, durante reunião da Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas de Fauna e Flora (Cites), com a presença de representantes de 138 países.
A suspensão do embargo foi proposta pela Namíbia, Botsuana e Zimbábue. Votaram favoráveis vários países da Ásia, incluindo os árabes, e da América Latina. Estados Unidos, Israel, Austrália, França e diversos países da África Ocidental foram contrários desde o início da conferência. Vários países da União Européia abstiveram-se de votar por não terem conseguido chegar a um consenso, segundo membros da representação dos Estados Unidos.
Conforme a decisão, os três países africanos poderão vender ao todo cerca de 60 toneladas de marfim bruto ao Japão. Desse total, 25,3 toneladas correspondem a Botsuana, 20 toneladas ao Zimbábue e 13,8 à Namíbia. A reunião colocou os elefantes desses três países na lista de espécies ameaçadas que podem ser comercializadas sob controle.
Para obter a liberação, a proposta do Zimbábue teve 77 votos a favor, 23 contra e 20 abstenções. A Namíbia conseguiu 74 votos favoráveis, 22 contrários e 20 abstenções. Botsuana recebeu 75 votos a favor, 21 contra e 24 abstenções.
Segundo Dick Pitman, da Zambezi Society, uma organização não-governamental (ONG) do Zimbábue, a votação foi "um reconhecimento da competência dos países em desenvolvimento para tomar suas decisões sobre a gestão de seus recursos naturais".
A ONG ambientalista Greenpeace qualificou a suspensão do embargo como uma "mensagem clara" para os contrabandistas e os traficantes de marfim aproveitarem para matar elefantes. O WWF (Fundo Mundial para a Natureza) declarou que continuará se opondo a todo comércio de marfim "enquanto não se estabelecerem verdadeiras proteções".
Segundo a decisão da Cites, a comercialização aprovada deverá ser acompanhada de condições e precauções elaboradas por um grupo de trabalho constituído desde anteontem sob a coordenação da Noruega.

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